Em declarações à agência Lusa, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH), Rui Lázaro, explicou que esta greve ocorre “na tentativa de não colocar em causa o socorro à população, que deve ser garantida 365 dias por ano”.
“É uma greve ao evento Rally de Portugal, uma vez que é um evento programado e que não coloca em causa o socorro a população”, acrescentou.
O responsável enumerou várias reivindicações dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) sem resposta, sublinhando a urgência de tornar a carreira destes técnicos mais atrativa.
“É importante iniciar a revisão da carreira de TEPH com especial foco no índice remuneratório, que está atualmente praticamente no salário mínimo nacional”, e também é necessário encontrar um novo rumo para o INEM que seja capaz de dar as restantes respostas a nível da gestão do próprio instituto e dos recursos humanos, do respeito pela lei laboral, de que temos vindo a falar há tanto tempo e que este conselho diretivo, ao longo de 6 anos, não tem sido capaz de dar resposta”, defendeu.
Neste momento, insistiu, o INEM “já nem responde ao pedidos de esclarecimento” dos técnicos.
Reconheceu que, na última reunião com o sindicato, “quer a própria ministra quer o secretário de Estado se mostraram bastante recetivos e concordaram com problemas levantados”, tendo-se comprometido a “encontrar resposta assim que possível”.
“Mas para nós a urgência já devia ter acontecido, já vai tarde. Para nós o importante é minimizar os danos que continuam a aumentar diariamente e que se refletem ao nível da operacionalidade dos meios, que cada vez é maior”, afirmou.
O responsável sindical sublinhou ainda: “Aproximando-se a altura de eventos e de férias, mais grave vai ficar e, se nada for feito nada, com prejuízo grave e direto para a população”.
O pré-aviso de greve, a que a Lusa teve acesso, refere ainda a necessidade de publicação do Acordo Coletivo de Carreira Especial, que, entre outras matérias, simplificaria processos e procedimentos do INEM na gestão da carreira especial de TEPH, bem como permitiria “uma melhor conciliação da vida profissional com a vida familiar”.
“Inexplicavelmente, volvidos quatro anos, encontra-se ainda por publicar”, insistiu o sindicato.
Entre os motivos desta greve estão igualmente a “revisão imediata das condições de trabalho”, o “respeito pelas disposições legais que enquadram a Avaliação de Desempenho dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar”, o seguro de acidentes de trabalho e o “término imediato das perseguições a vários trabalhadores”.
Quanto à greve que arranca às 00:00 do dia 19 e prolonga-se até às 17:00 do dia 22 de maio, abrange todos os TEPH integrados na carreira de técnico de emergência pré-hospitalar do INEM escalados em regime de prevenção para o Vodafone – Rally de Portugal 2022 e integrados nos vários dispositivos diários previstos para aquela prova.
Questionado pela Lusa, o presidente do STEPH explicou que, neste caso, não há serviços mínimos.
“Uma vez que não se trata de um serviço que tem de ser garantido 365 dias por ano e 24h por dia, é uma prevenção a um evento que ocorre programadamente, uma vez por ano, não requer a apresentação de serviços mínimos”, disse.
LUSA/HN
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