Neste dia, em que se comemora, mundialmente, a figura do Médico de Família, quero render a minha homenagem aos colegas desta especialidade que, na minha opinião, são merecedores do reconhecimento e gratidão dos cidadãos e das Autoridades.
A pandemia COVID-19, de novo em crescendo, veio, durante estes últimos dois anos, demonstrar o papel insubstituível dos médicos de família nos Serviços e Sistemas de Saúde em Portugal e no Mundo.
Apesar da clara evidência acerca da importância fundamental dos Cuidados de Saúde Primários, parecem manter-se incompreensíveis hesitações, nos decisores políticos, sobre a necessidade de maior investimento – o que não significa mais dinheiro – e de uma adequada gestão de recursos humanos nesta área.
Mas, este período de incerteza e preocupação que temos vivido veio também, se dúvidas houvesse, comprovar o fantástico trabalho que os médicos de família, na sua globalidade, realizaram a todos os níveis: seguimento de doentes, monitorização de contactos, testagem, vacinação, etc.
A todas as exigências responderam com competência, humanismo e humildade, sem esquecerem, na medida do possível, os seus doentes, sobretudo aqueles que são portadores de doenças crónicas não transmissíveis.
Os médicos de família foram um dos principais esteios (não podendo esquecer as especialidades hospitalares mais implicadas na assistência aos doentes infetados mais graves) no suporte médico e social desta grave e continuada crise de Saúde Pública.
Importa recordar que o peso assistencial, enorme e sem precedentes, suportado pelo profissionalismo dos médicos de família, originou, em muitos deles, situações de burnout/esgotamento que devem ser alvo das maiores atenções.
Os princípios hipocráticos impõem-nos o autocuidado na manutenção da nossa própria saúde, que não pode, nem deve, ser esquecido por estes Colegas.
Só assim poderão manter a Saúde e a paz de espírito, necessárias para melhor poderem cuidar dos outros.
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