A ADEXO pretende, através da realização deste evento, que terá início às 10 horas, no Auditório dos Paços do Concelho da Câmara Municipal de Odivelas, reforçar a necessidade de um tratamento mais abrangente da obesidade, assente em cinco eixos prioritários: recalibrar a abordagem, promovendo uma abordagem holística e digna no tratamento da obesidade; recalibrar a formação médica, apostando na mobilização de recursos para uma formação especializada; recalibrar o papel dos cuidados de saúde, através da criação de um programa de consultas de obesidade nos cuidados de saúde primários; recalibrar o tratamento da obesidade, com a comparticipação de fármacos; e recalibrar a perceção pública, criando mecanismos para eliminar o estigma e a discriminação.
Carlos Oliveira, presidente da ADEXO, refere que “é urgente passarmos da política à ação e este tem de passar a ser o mote para alterarmos o padrão de abordagem ao tratamento e custos da Obesidade no nosso país, se quisermos combater, eficazmente, esta pandemia”.
O evento integra, entre outras atividades, a realização de uma mesa-redonda, subordinada ao tema “Recalibrar…”, na qual o presidente da Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade, José Silva Nunes, irá falar sobre a necessidade de recalibrar a abordagem da obesidade. Neste debate, juntar-se-ão, também, a secretária-geral da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, Mafalda Marcelino, que irá debater a importância de recalibrar os cuidados de saúde primários, e o presidente da ADEXO, Carlos Oliveira, cuja reflexão incidirá sobre a relevância de recalibrar o tratamento da obesidade.
Faz também parte do evento o lançamento da campanha “1000 livros, 1000 escolas”, que a ADEXO vai levar a cabo em parceria com a APCOI – Associação Portuguesa contra a Obesidade Infantil e o Ministério da Educação, e na qual se pretende fazer chegar a mil escolas de Portugal continental mil livros “O Esconderijo”, que aborda a relação entre o bullying escolar e a obesidade infantil e cujo objetivo é sensibilizar a comunidade escolar, os encarregados de educação e a população em geral para uma realidade bem presente em Portugal.
De acordo com dados da APCOI, 65% das crianças com obesidade em Portugal sofrem de bullying na escola. Insultos, alcunhas e comentários inapropriados estão entre os principais atos discriminatórios contra crianças com excesso de peso, com idades entre os 6 e os 14 anos. O livro conta a história de um rapaz e de uma rapariga que conseguem superar o bullying por parte dos seus colegas com o apoio de uma professora.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, a obesidade representa um risco acrescido de várias comorbilidades: além de aumentar o risco de morte por Covid-19, é responsável por 80% dos casos de diabetes tipo 2, 35% dos casos de doença cardíaca isquémica, 55% dos casos de hipertensão e 40% dos casos de cancro na Europa. A esta lista junta-se, ainda, o impacto económico que esta doença tem: em Portugal, o custo direto do excesso de peso e obesidade foi estimado em cerca de 1,2 mil milhões de euros, aproximadamente 0,6% do PIB e 6% das despesas de saúde, segundo um estudo elaborado pelo Centro de Estudos de Medicina Baseada na Evidência (CEMBE) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e pela consultora Evigrade-IQVIA.
As doenças relacionadas com a obesidade que mais contribuem para os 1,2 mil milhões de euros de custos diretos em saúde são a diabetes, o acidente vascular cerebral, a doença cardíaca isquémica e a doença renal crónica.
Mais informações sobre a iniciativa estão disponíveis em www.adexo.pt.
PR/HN/Rita Antunes
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