IL pede audição urgente de Marta Temido sobre auditoria ao acesso a cirurgia oncológica

10 de Junho 2022

A Iniciativa Liberal requereu a audição urgente da ministra da Saúde para prestar esclarecimentos sobre o relatório da auditoria do Tribunal de Contas que concluiu que o acesso à cirurgia oncológica no SNS se degradou entre 2017 e 2020.

No requerimento a que a agência Lusa teve acesso – e que deu entrada no parlamento na quinta-feira – os liberais afirmam ter ficado “extremamente apreensivos face aos resultados desta auditoria” do Tribunal de Contas (TdC) à resposta do SNS a doentes oncológicos entre 2017 e 2020.

“Os dados desta auditoria do TdC são muito preocupantes e, mais preocupante esta realidade se torna, se tivermos em conta que, segundo diversos especialistas, só daqui a quatro ou cinco anos conseguiremos ter uma visão completa das consequências da pandemia ao nível das doenças oncológicas”, alerta o partido liderado por João Cotrim Figueiredo.

Para a Iniciativa Liberal (IL), é “da maior pertinência” que a ministra da Saúde, Marta Temido, seja ouvida pela Comissão de Saúde para “prestar todos os esclarecimentos sobre este Relatório do TdC e explicar que medidas está o Governo a tomar e a implementar para assegurar o acesso atempado dos doentes oncológicos a todos os cuidados de saúde de que precisam, bem como comentar as recomendações feitas pelo TdC”.

Os liberais realçam ainda que os dados analisados “reportam a 2017”, ou seja, “muito antes da pandemia de covid-19”.

“Conforme temos vindo a alertar, sucessivamente, o acesso a cuidados de saúde no SNS foi particularmente condicionado durante o período de combate à pandemia, sem que nada de relevante e eficaz o Governo tenha feito para minimizar as consequências demasiado negativas que se adivinhavam”, criticam.

No caso dos doentes oncológicos, esta preocupação da IL é maior “uma vez que, para muitos destes doentes, a falta de acesso atempado a rastreios, consultas, diagnósticos, tratamentos e cirurgias pode ter uma consequência fatal”.

O TdC constatou que entre 2017 e 2022 o crescimento da atividade cirúrgica no Serviço Nacional de Saúde (4,8%) “não foi suficiente” para fazer face ao acréscimo da procura (6%), assinalando também “assimetrias geográficas significativas”.

No acesso a rastreios oncológicos para os cancros da mama, do colo do útero e do cólon e reto, “não foram atingidos os objetivos de cobertura geográfica e populacional” previstos para 2020.

Na área da cirurgia oncológica, a pandemia de Covid-19 teve como principal impacto a diminuição de necessidades cirúrgicas.

Segundo o TdC, as novas inscrições de utentes para a realização de cirurgia diminuíram 4,3% em 2020, face ao ano anterior, o que se sentiu particularmente em abril (41,2%) e em maio (35%).

“Também os rastreios oncológicos foram fortemente afetados pela pandemia em 2020”, lê-se no documento, em que se recorda a suspensão dos rastreios especialmente em março, abril e maio.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Malária matou 31 angolanos por dia em 2024

A malária matou 11.447 pessoas em Angola em 2024, uma média de 31 mortes por dia em quase 12 milhões de casos notificados no ano passado, anunciaram hoje as autoridades angolanas, garantindo investimentos na prevenção e tratamento.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights