Monkeypox: OMS avalia se surto representa emergência internacional de saúde pública

14 de Junho 2022

A Organização Mundial da Saúde (OMS) vai avaliar na próxima semana se o surto de Monkeypox representa uma emergência internacional de saúde pública, face ao comportamento incomum do vírus e ao número de países com casos confirmados.

“O surto global de Monkeypox é claramente incomum e preocupante. É por esta razão que eu decidi convocar o Comité de Emergência, ao abrigo dos regulamentos internacionais, para a próxima semana para aferir se este surto representa uma emergência internacional de saúde pública”, anunciou o diretor-geral da OMS em conferência de imprensa.

Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, esta avaliação do Comité de Emergência da OMS justifica-se pelo facto de o vírus “estar a comportar-se de uma forma incomum”, pelo crescente número de países com casos confirmados de infeção e ainda pela necessidade de uma resposta coordenada, tendo em conta a dispersão geográfica que a doença regista atualmente.

Desde o início do ano, a OMS já registou mais de 1.600 casos confirmados de Monkeypox e outros quase 1.500 suspeitos em 39 países, incluindo 32 países que não tinham registado a doença, entre os quais Portugal.

De acordo com a OMS, foram reportadas este ano 72 mortes por Monkeypox em países previamente afetados pela doença, não se registando até agora óbitos em países onde a Monkeypox não é endémica.

“O objetivo da OMS é apoiar os países na contenção da transmissão e parar o surto com instrumentos de saúde pública, como a testagem, vigilância de contactos e isolamento de pessoas infetadas”, adiantou Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O diretor-geral da organização salientou ainda que a OMS não recomenda a vacinação generalizada contra a Monkeypox e que a decisão do uso da vacina contra a varíola em pessoas de risco deve ser tomada com base na avaliação dos riscos e benefícios e caso a caso.

Segundo disse, a OMS está a trabalhar com os países-membros e com os parceiros no desenvolvimento de um mecanismo de acesso justo a vacinas e tratamentos, assim como para alterar o nome do vírus e da doença, popularmente conhecida como varíola dos macacos.

Esta doença foi identificada pela primeira vez em colónias de macacos mantidos em cativeiro para pesquisas científicas em 1958 e só mais tarde foi detetada em humanos, em 1970, na República Democrática do Congo, numa criança de nove meses numa região onde a varíola tinha sido eliminada em 1968.

Em Portugal, a autoridade de saúde confirmou hoje mais 22 casos de infeção pelo vírus Monkeypox, totalizando até agora 231 situações de homens infetados que se encontram clinicamente estáveis.

Segundo anunciou a Direção-Geral da Saúde (DGS), todas as infeções confirmadas pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) são em homens entre os 19 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos.

LUSA/HN

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