O município do distrito de Vila Real fez um balanço da campanha 2022 de combate à vespa velutina, também conhecida como vespa asiática, e referiu que, este ano, foram capturadas 13.286 vespas, um número considerado “recorde”.
“Depois de três anos de resultados animadores, com a redução da presença da vespa velutina no concelho de Montalegre, o final do ano passado foi marcado com o aparecimento de vários ninhos já em final de ciclo”, afirmou, citado em comunicado divulgado pelo município, José Luís Tavares, que lidera o plano municipal implementado em Montalegre.
O técnico acrescentou que, “inevitavelmente, houve um aumento de vespas fecundadas hibernadas nas zonas próximas desses ninhos”.
“Essas e outras vespas vindas dos territórios limítrofes ditaram um aumento expressivo no número de capturas. Um outro fator decisivo que contribuiu para o grande número de capturas deste ano foi o inverno pouco rigoroso que tivemos, o frio pouco extremo foi favorável à sobrevivência de muitas vespas hibernadas que em circunstâncias normais teriam perecido”, referiu.
Também o vice-presidente da Câmara de Montalegre, David Teixeira, considerou que o número de capturas registado se deve essencialmente “ao tempo quente que se fez sentir e pela falta de combate e de estratégia dos municípios a jusante do concelho”.
“Vínhamos num decrescendo considerável de capturas nesta fase. Cada vespa que foi capturada nesta fase iria produzir um ninho primário e desse ninho iriam sair centenas para produzir ninhos de vespa asiática”, explicou.
Em 2022, a campanha decorreu entre 12 de fevereiro e 12 de junho, tendo sido realizadas oito monitorizações de periodicidade quinzenal às armadilhas espalhadas pelo território.
Apesar da rede de armadilhas, a autarquia advertiu que as “vespas nunca são todas capturadas e que é cada vez mais necessária a participação de todos os cidadãos na identificação e sinalização de ninhos (primários e definitivos)”.
O plano municipal inclui outras medidas como ações de sensibilização e esclarecimento da população local para o problema e para a identificação dos ninhos, bem como a retirada de todos os ninhos.
Desde 2019 que o município espalha por todo o seu território uma rede de armadilhas para a vespa asiática.
David Teixeira justificou apontando a importância da apicultura para o concelho, bem como o risco para a saúde pública.
“Reduzimos e muito, conseguimos sensibilizar os apicultores para esta estratégia comum, penso que o que nos está a faltar, agora, é esta envolvente regional que é precisa”, salientou.
A presença da vespa asiática foi confirmada no distrito de Vila Real em 2015, tendo sido detetada, pela primeira vez, no concelho de Ribeira de Pena.
A vespa velutina é uma espécie asiática que exerce uma ação destrutiva sobre as colmeias de abelhas melíferas e pode constituir perigo para a saúde pública.
O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas tem alertado para os efeitos da presença desta espécie não indígena, sobretudo na apicultura, por se tratar de uma espécie carnívora e predadora das abelhas.
LUSA/HN
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