Monkeypox: Casos triplicaram na Europa nas últimas duas semanas, alerta OMS

2 de Julho 2022

O número de infeções pelo vírus Monkeypox triplicou nas últimas duas semanas na Europa, onde já foram confirmados em laboratório mais de 4.500 casos em 31 países e territórios, anunciou na sexta-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“A região europeia da OMS representa quase 90% de todos os casos confirmados globalmente em laboratório e reportados desde meados de maio”, alertou o diretor da organização para a Europa em comunicado.

Desde 15 de junho, seis novos países e territórios reportaram casos de infeção por Monkeypox, adiantou Hans Kluge, que apelou às autoridades nacionais para que “reforcem os esforços nas próximas semanas e meses para impedir que a Monkeypox se estabeleça numa área geográfica em crescimento”.

Segundo os últimos dados da Direção-Geral da Saúde, divulgados na quinta-feira, Portugal regista 402 casos confirmados em laboratório de Monkeypox, todos homens entre os 19 e os 61 anos, tendo a maioria menos de 40 anos, que se mantêm em acompanhamento clínico, encontrando-se estáveis.

De acordo com o responsável europeu da OMS, embora na última semana o Comité de Emergência da OMS tenha considerado que o surto não constitui, nesta fase, uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, a “rápida evolução” dos casos indicia que este organismo vai reavaliar essa posição em breve.

“A OMS continua a avaliar o risco de Monkeypox na região europeia como elevado, dada a ameaça continuada à saúde pública e a rápida expansão da doença, com desafios a dificultar a nossa resposta e com casos adicionais a serem relatados entre mulheres e crianças”, avançou Hans Kluge.

O diretor da OMS para a Europa adiantou ainda que a maioria dos casos reportados até agora tem sido em pessoas entre os 21 e os 40 anos de idade, 99% das quais homens, a maioria dos quais que fazem sexo com homens, não tendo sido registada qualquer morte devido à infeção.

Um reduzido número de casos também foi registado entre membros dos mesmos agregados familiares, entre contactos heterossexuais e contactos não sexuais, bem como entre crianças.

A grande maioria dos casos tem apresentado erupção cutânea e cerca de três quartos relataram sintomas sistémicos tais como febre, fadiga, dores musculares, vómitos, diarreia, calafrios, dor de garganta ou dor de cabeça, adiantou a OMS.

Perante a evolução da doença, “simplesmente não há espaço para complacências, especialmente na região europeia com o surto em rápida mudança e que a cada hora, dia e semana está a alargar o seu alcance a zonas anteriormente não afetadas”, alertou Hans Kluge.

De acordo com o diretor europeu da organização, os países devem aumentar rapidamente a vigilância, incluindo a sequenciação do vírus, e reforçar a capacidade de diagnosticar e responder à doença, assim como transmitir às comunidades afetadas e à população em geral as informações de forma compreensível.

“Em terceiro lugar, e não menos importante, abordar a Monkeypox requer um compromisso político firme complementado por investimentos sólidos em saúde pública”, salientou Hans Kluge, para quem a “transparência anda de mãos dadas com a confiança do público”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Informação HealthNews: Ana Paula Martins será reconduzida no cargo

De acordo com diferentes fontes contactada pelo Healthnews, Ana Paula Martinis será reconduzida no cargo de Ministra da Saúde do XXV Governo constitucional, numa decisão que terá sido acolhida após discussão sobre se era comportável a manutenção da atual ministra no cargo, nos órgão internos da AD. Na corrida ao cargo, para além de Ana Paula Martins estava Ana Povo, atual Secretária de Estado da Saúde, que muitos consideravam ser a melhor opção de continuidade e Eurico Castro Alves, secretário de estado da Saúde do XX Governo Constitucional.

Auditorias da IGAS apontam fragilidades no combate à corrupção no SNS

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde realizou 14 auditorias a entidades do SNS desde 2023, que identificaram áreas críticas que exigem reforço nos mecanismos de controlo interno e prevenção da corrupção nas entidades auditadas, revela um relatório hoje divulgado

Programa Proinfância apoia mais de 1.200 crianças vulneráveis em Portugal

Desde o seu lançamento em Portugal, em 2021, o Programa Proinfância da Fundação ”la Caixa” tem acompanhado mais de 1.200 crianças e adolescentes, assim como mais de 800 famílias em situação de vulnerabilidade económica e risco de exclusão social em todo o território nacional. 

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights