Investigador da UAlg recebe projeto para desenvolver terapia para doença rara e incurável

11 de Julho 2022

Clévio Nóbrega, investigador do Algarve Biomedical Center Research Institute (ABC-RI) e docente da Universidade do Algarve, recebeu um projeto de mais de um milhão de euros para desenvolver uma terapia génica para a síndrome de Cockayne.

O projeto do investigador da UAlg pretende encontrar nos genes uma resposta que, a ter sucesso, poderá ser modificadora da progressão da doença, e não apenas da sua sintomatologia. Trata-se de uma doença rara que afeta sobretudo crianças, com uma prevalência de cerca de 2.7 por milhão de nascimentos na Europa Ocidental

Clévio Nóbrega e a sua equipa de investigação procuram, assim, através do projeto “CureCSB – Development of a Gene Therapy for Cockayne Syndrome Type B”, desenvolver, ao longo dos próximos dois anos, uma terapia génica para a Síndrome de Cockayne, tipo B, que revele potencial para chegar à fase de ensaios clínicos no menor tempo possível e possa chegar à área clínica num futuro próximo, modificando a vida dos doentes e das suas famílias.

Nas palavras de Clévio Nóbrega, investigador principal, “o caminho é longo”, mas a equipa deixa uma garantia: “estamos a trabalhar de forma muito focada para que, mesmo longo, o caminho seja realizado no menor tempo possível e com os melhores resultados”.

Para isso, o grupo de investigação conta já com o apoio de especialistas tanto na área clínica como na área farmacêutica, garantindo, desde logo, uma estreita interação com as entidades reguladoras com vista à aplicação da terapia génica em contexto de ensaio clínico.

Desenvolvido no seio do Algarve Biomedical Center (ABC), este projeto é, para Nuno Marques, presidente do ABC, a prova de que o “ABC-RI possui a tecnologia, a equipa e o reconhecimento adequados para contribuir de forma bastante profícua para os desenvolvimentos da medicina em termos internacionais”. O presidente garante que “a aposta no desenvolvimento e na inovação é uma aposta ganha, incluindo na diversificação económica regional e nacional”.

Da mesma convicção partilha Isabel Palmeirim, diretora da Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas, para quem este projeto se reveste de especial importância no sentido em que “reflete aquela que é a visão de uma academia cada vez mais voltada para a inovação, para a descoberta e para um diálogo cada vez mais próximo com os problemas da sociedade”. E acrescenta: “a Universidade do Algarve e a Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas continuarão a desenvolver o seu trabalho no sentido de fortalecer o país e a região, dotando-os de novas valências no setor da saúde”.

PR/HN/RA

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