Quase 30 migrantes mortos encontrados no deserto do Arizona

12 de Julho 2022

Os cadáveres de 27 migrantes foram encontrados, em junho, no deserto do Arizona, quando esta região da fronteira EUA-México registava as temperaturas mais altas do ano, informou esta terça-feira o grupo Human Borders.

Este número, baseado em dados oficiais avançados pelo Gabinete Médico Legal do condado de Pima, em Tucson (Arizona), sobe para 96 o número de migrantes indocumentados que morreram este ano nessa região.

O grupo avisou que o número de mortes pode aumentar devido às altas temperaturas que têm sido registadas nas últimas semanas, com valores superiores a 43 graus Celsius.

“Enquanto a fronteira está fechada e o Título 42 [medida sanitária para travar surtos, usada em março de 2020 para controlar o fluxo na fronteira terrestre devido à propagação da covid-19] continua a estar em vigor, os migrantes continuam a morrer a tentar atravessar lugares muito perigosos”, lamentou a diretora da Coligação de Direitos Humanos do Arizona, Isabel García.

Segundo o estatuto de emergência estabelecido em 2020 pelo então Presidente, Donald Trump, para combater a pandemia, a grande maioria dos migrantes detidos na fronteira é imediatamente devolvida ao México.

Por isso, muitos deles, principalmente os do México, mas também de outros países da América Central, tentam cruzar a fronteira sem serem detetados pela polícia, colocando as suas vidas nas mãos de traficantes que, muitas vezes, os abandonam à própria sorte no meio do deserto.

No ano passado, foram registadas 225 mortes de migrantes sem documentos no deserto do Arizona, o número mais alto num só ano desde que a Human Borders – organização que visa salvar pessoas de morrerem desidratadas nas fronteiras – começou a contabilizar as mortes, em 2006.

LUSA/HN

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