De acordo com a APEL, que recorre a dados disponibilizados pela consultora GfK, no segundo trimestre de 2022 foram vendidos 2.780.308 livros, correspondendo a um encaixe de 37,4 milhões de euros.
Em termos de vendas, estes 37,4 milhões de euros representam um aumento de 19% face ao segundo trimestre de 2021.
Entre abril e junho, o preço médio do livro fixou-se nos 13,46 euros, ou seja, 1,2% mais caro do que em período homólogo de 2021.
No segundo trimestre deste ano, entraram em circulação no mercado 2.478 novos livros.
Relativamente aos pontos de venda, 68,8% dos livros vendidos no primeiro trimestre foram escoados por livrarias, enquanto só 31,2% foram vendidos por hipermercados. Isto reflete-se igualmente nos valores de venda, já que 77,8% do total foi para as livrarias e 22,2% para os hipermercados.
De acordo com a APEL, em termos de exemplares, os livros mais vendidos no segundo trimestre foram de literatura infantil e juvenil, representando 36% do total de 2,7 de milhões de unidades, seguindo-se os livros de ficção (30,7%), os de não ficção (29,7%) e as campanhas/exclusivos (3,6%).
No entanto, em termos de vendas, os livros de não ficção representaram a maior fatia de encaixe, com 36,4% do total dos 37,4 milhões de euros, seguindo-se os de ficção (35%), os de literatura infanto-juvenil (27,6%) e os de campanhas/exclusivos (0,9%).
Em média, um livro de não ficção teve um preço de venda de 16,51 euros, o de ficção foi de 15,36 euros, o de infanto-juvenil 10,33 euros e, os de campanhas/exclusivos, 3,44 euros.
A GfK é uma entidade independente e faz auditoria e contagem das vendas de livros ao longo do ano.
Segundo a consultora, em 2021, a venda de livros em Portugal cresceu 16,6% face a 2020, o que colocou o país entre os que mais subiram, no conjunto de nove países abrangidos por um estudo sobre a evolução do mercado do livro: Alemanha, Bélgica (Flandres, Valónia), Brasil, Espanha, França, Holanda, Itália, Portugal e Suíça.
Este estudo também já mostrava uma tendência em relação aos géneros escolhidos, que estes dados hoje revelados parecem confirmar.
Uma “proporção não negligenciável” de aumento das vendas globais no mercado deveu-se ao ‘boom’ da banda desenhada, principalmente de mangas e ‘manhwas’, que se mostra “imparável” e teve em Portugal um dos maiores ‘picos’ de vendas.
Dois anos seguidos marcados pela pandemia refletiram-se também na escolha de títulos pelos leitores, tendo-se verificado um importante aumento da procura de guias e de livros de não-ficção sobre saúde, conselhos sobre tópicos relacionados com a vida, psicologia e temas esotéricos.
Em dois terços dos países analisados, os livros infantojuvenis registaram aumentos ainda maiores do que o mercado livreiro no seu conjunto. Portugal foi um desses casos, com um aumento de receitas de mais de 21% nesse segmento literário.
LUSA/HN
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