Transpirar, sobretudo quando está mais calor, é normal. Este é, aliás, um dos mecanismos que o nosso organismo tem para arrefecer. Mas o que já não é normal é quando a transpiração obriga a vários banhos diários e trocas extra de roupa, ou motiva sentimentos de depressão e ansiedade – um desconforto sentido, de acordo com os dados da Sociedade Internacional de Hiperhidrose, por quase 5% da população mundial, ou seja, mais de 300 milhões de pessoas. São estas as vítimas da hiperhidrose, um problema que, no entanto, tem solução, mas que, segundo Daniel Cabral, cirurgião torácico na Joaquim Chaves Saúde, “é muitas vezes desvalorizado e o seu tratamento desconhecido”.
“A Hiperhidrose primária baseia-se no funcionamento inapropriado do sistema nervoso autónomo”, explica o médico. “E este mau funcionamento dá origem a uma estimulação excessiva das glândulas sudoríparas, responsáveis pela transpiração. O que significa que aumenta a transpiração onde existem estas glândulas, sobretudo nas mãos, mas também nas axilas e nos pés”, acrescenta o especialista.
Em Portugal, estima-se que cerca de 2% da população sofra desta doença, em que o excesso de transpiração pode ter um significativo impacto psicológico, pelo constrangimento nas relações interpessoais, podendo também interferir em muitas atividades profissionais.
A boa notícia é que há solução. “A cirurgia apresenta excelentes resultados na Hiperhidrose palmar e palmar/axilar, constituindo um tratamento definitivo”, refere o especialista. O procedimento denomina-se simpaticectomia torácica superior bilateral por videotoracoscopia, sendo efetuado através de duas incisões de 5mm em cada lado. É realizada no bloco operatório sob anestesia geral, tendo duração aproximada de 20 minutos, e pode ser em regime de ambulatório ou com internamento de uma noite.
Há outras opções de tratamento, como os antitranspirantes, a toxina botulínica ou a termólise com micro-ondas, sendo essencial consultar previamente um especialista.
PR/HN/RA
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