Ilha Terceira nos Açores com 8.000 utentes sem médico de família

27 de Julho 2022

A ilha Terceira, nos Açores, tem cerca de 8.000 utentes sem médico de família e, mesmo que sejam preenchidas as seis vagas já abertas, continuará sem cobertura a 100%, revelou hoje o secretário regional da Saúde.

“Ainda não resolveríamos o problema, ficaríamos muito próximo disso”, afirmou o titular da pasta da Saúde nos Açores, Clélio Meneses, quando questionado sobre se o número de vagas aberto seria suficiente para permitir que todos os utentes da ilha tivessem médico de família.

O governante falava, em declarações aos jornalistas, à margem de uma visita ao Centro de Saúde da Praia da Vitória, na ilha Terceira.

A segunda ilha mais populosa dos Açores, com aproximadamente 53 mil habitantes, tem atualmente cerca de 8.000 pessoas sem médico de família (7.000 no concelho de Angra do Heroísmo e 1.000 no concelho da Praia da Vitória).

Segundo Clélio Meneses, foram contratados três médicos de medicina geral e familiar para a Unidade de Saúde da Ilha Terceira e está a decorrer um concurso para a integração de mais seis, mas até ao momento surgiram apenas três interessados.

“Sendo preenchidas as seis vagas, vamos dar um avanço grande para que todos os terceirenses tenham médico de família, mas depende do concurso. Neste momento, há três candidatos para seis vagas, vamos esperar que até ao final do concurso apareçam mais candidatos”, adiantou, admitindo abrir mais lugares posteriormente.

Estão a decorrer ainda concursos para “mais nove enfermeiros, três psicólogos e nove assistentes operacionais, para além de outros profissionais” nesta unidade de saúde.

Desde que o executivo açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM tomou posse, em novembro de 2020, foram contratados mais de 70 médicos para o Serviço Regional de Saúde.

“Temos mais 73 médicos de quadro do que tínhamos quando este governo tomou posse, temos mais cerca de 240 enfermeiros do que havia na região quando tomámos posse”, avançou o titular da pasta da Saúde.

Clélio Meneses disse que o Serviço Regional de Saúde se debate com “um conjunto de problemas estruturais”, como a falta de recursos humanos, a falta de recursos financeiros, problemas de organização e de infraestruturas.

No Centro de Saúde da Praia da Vitória, por exemplo, para além da falta meios humanos, foram detetados problemas que o governante atribuiu a uma “absoluta negligência na manutenção” do edifício, por parte do anterior executivo (PS).

“O ar condicionado não funciona, há problemas na rede elétrica, na rede informática. Há um conjunto vasto de problemas, até no parque automóvel da unidade de saúde”, afirmou.

Ressalvando que o problema é comum às nove ilhas dos Açores, Clélio Meneses disse que estão já previstas intervenções no Centro de Saúde da Praia da Vitória, sem apontar prazos ou orçamentos.

“Vai haver uma intervenção para corrigir alguns dos problemas. Por exemplo, há um buraco no teto”, frisou.

LUSA/HN

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