Esperança de vida saudável em África cresceu 10 anos na última década

4 de Agosto 2022

A esperança de vida saudável em África cresceu 10 anos na última década, excedendo a média global e o progresso em qualquer outra região nesse período, anunciou hoje o escritório da Organização Mundial de Saúde (OMS) em África.

A esperança de vida saudável na região “aumentou quase 10 anos, situando-se em 56 anos em 2019, em comparação com 46 anos no ano 2000”, disse a diretora regional assistente da OMS África, Lindiwe Makubalo, citando o novo relatório da OMS sobre o Estado da Saúde em África.

O ganho excede a esperança média de vida saudável global, que aumentou cinco anos durante o mesmo período, disse Lindiwe Makubalo, atribuindo este aumento a melhores serviços de saúde essenciais, à melhoria da cobertura dos serviços de saúde, à saúde reprodutiva e materna e aos serviços de saúde para combater as doenças infecciosas.

“Temos certamente muito a fazer e parecemos estar prontos para avançar juntos”, disse Lindiwe, avisando que a esperança de vida na região africana ainda está abaixo da média global de 64 anos.

“A menos que os países reforcem e façam maiores investimentos no desenvolvimento dos sistemas de saúde, bem como na implementação de planos de recuperação eficazes, estes ganhos na esperança de vida podem facilmente perder-se”, prosseguiu, alertando que a pandemia de Covid-19, que teve “maiores perturbações” nos serviços de saúde essenciais em África, em comparação com outras regiões, pode também afetar as estimativas de esperança de vida saudável do continente.

Os sistemas de saúde em todo o continente têm sido sobrecarregados, sobretudo pela pandemia de Covid-19, mas também por outros surtos de doenças como a varíola do macaco, cólera e febre de Lassa.

Países como a Nigéria, a nação mais populosa do continente, estão a combater até cinco destes surtos.

Para melhorar os sistemas de saúde, além dos níveis pré-pandémicos e alcançar “serviços de qualidade, equitativos e acessíveis a todos”, um passo importante seria impulsionar o financiamento da saúde pública, disse Makubalo, observando que apenas sete países da região financiam mais de metade das suas despesas nacionais anuais de saúde.

Um exemplo de países que registam enormes ganhos é o Botswana, onde a cobertura universal da saúde é “a pedra angular do nosso desenvolvimento e da nossa resposta ou abordagem à prestação de cuidados de saúde no país”, de acordo com Moses Kitele, do Ministério da Saúde do Botswana.

“Fizemos alguns progressos na consecução da cobertura universal da saúde, particularmente no que diz respeito à minimização das dificuldades financeiras”, disse Kitele, durante o encontro ‘online’, citando um estudo recente financiado pela OMS que mostra que menos de 1% dos agregados familiares no Botswana enfrentam despesas catastróficas com a saúde associadas aos cuidados de saúde.

Um feito semelhante poderia ser replicado noutras partes do continente, disse Makubalo.

O relatório da OMS sobre o estado da Saúde em África “dá-nos uma oportunidade de refletir sobre onde estamos e sobre os progressos que foram feitos”, acrescentou.

“Não podemos ser complacentes, há tanto a fazer, especialmente no período pós-covid-19”, disse Makubalo.

LUSA/HN

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Mestre em Saúde Pública
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