A OMS alertou, porém, para uma “transmissão intensa” do vírus no continente americano.
“No início da pandemia, a maior parte dos casos sinalizados encontrava-se na Europa e uma pequena parte nas Américas. A situação inverteu-se, com menos de 40% de casos sinalizados na Europa e 60% nas Américas”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em conferência de imprensa.
Na América Latina, em particular, “medidas de saúde pública insuficientes e falta de acesso a vacinas alimentam a epidemia”, segundo Ghebreyesus.
A OMS e a farmacêutica dinamarquesa Bavarian Nordic estabeleceram um acordo para facilitar a distribuição de vacinas na região. A vacina contra a varíola, doença erradicada na década de 1980, tem sido usada para prevenir a infeção por Monkeypox.
O atual surto de Monkeypox começou em maio em países e regiões onde a infeção não é endémica, nomeadamente nos Estados Unidos e na Europa, e, de acordo com as mais recentes estatísticas da OMS, provocou 13 mortos e 44.464 infetados em mais de 90 países.
Após quatro semanas consecutivas de aumento, o número de casos notificados diminuiu 21% na semana de 15 a 21 agosto, face à semana precedente, totalizando 5.907 novas infeções, segundo o relatório semanal da OMS. A maioria dos casos reporta-se a homens.
Tedros Adhanom Ghebreyesus assinalou que “há sinais que indicam que a epidemia desacelerou na Europa, onde uma combinação de medidas de saúde pública eficazes, de alterações de comportamento e da vacinação contribuiu para prevenir a transmissão”.
A OMS declarou em 23 de julho o surto de Monkeypox como uma emergência de saúde pública internacional.
Segundo os mais recentes dados, Portugal é o sexto país europeu com mais infeções, 810. Os primeiros cinco casos foram confirmados em 03 de maio e a vacinação dos primeiros contactos próximos de infetados foi iniciada em 16 de julho.
De acordo com a Direção-Geral da Saúde, os sintomas mais comuns da infeção são febre, dor de cabeça intensa, dores musculares, dor nas costas, cansaço, aumento dos gânglios linfáticos com o aparecimento progressivo de erupções que atingem a pele e as mucosas.
Uma pessoa que esteja doente deixa de estar infecciosa apenas após a cura completa e a queda de crostas das lesões dermatológicas, período que poderá, eventualmente, ultrapassar quatro semanas.
O vírus Monkeypox transmite-se por contacto físico próximo, nomeadamente com as lesões ou fluidos corporais, ou por contacto com material contaminado, como lençóis, atoalhados ou utensílios pessoais.
Na semana passada, a OMS indicou que estudos estão em curso para determinar se mutações genéticas no vírus estão na origem da propagação rápida da infeção.
A OMS avançou que “há algumas diferenças genéticas entre os vírus da epidemia atual e os vírus mais antigos” de uma sublinhagem da África Ocidental (IIb), onde o Monkeypox é endémico.
NR/HN/LUSA
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