Investigadoras da Universidade de Coimbra conquistam um milhão de euros para estudos na área da saúde

20 de Setembro 2022

Duas investigadoras da Universidade de Coimbra conquistaram um financiamento de cerca de um milhão de euros para desenvolverem dois projetos de investigação nos domínios das infeções gastrointestinais e das neurociências, anunciou hoje aquela instituição de ensino superior.

De acordo com a Universidade de Coimbra (UC), o financiamento para as investigadoras do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC-UC) e do Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento (MIA-Portugal) é proveniente da Fundação ”la Caixa”.

Os dois projetos de investigação, que “pretendem vir a ter impacto nos domínios das infeções gastrointestinais e das neurociências”, foram escolhidos entre as 546 propostas apresentadas ao concurso CaixaResearch de Investigação em Saúde 2022.

Trata-se de um programa de financiamento que tem por objetivo “apoiar iniciativas de excelência científica com elevado potencial e impacto social, tanto em investigação de base e clínica, como translacional e de inovação”.

Para o projeto coordenado pela investigadora do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra Manuela Ferreira foram alocados cerca de 410 mil euros.

Intitulado “Qual a influência da dieta no sistema imunitário durante os primeiros anos de vida?”, este projeto visa estudar os linfócitos T, um tipo de células imunitárias que se encontram no epitélio intestinal (o revestimento do intestino) e que são conhecidas por atuarem como primeira linha de defesa imunitária.

“A investigação vai centrar-se no papel de retinoides (moléculas presentes na dieta e quimicamente relacionadas com a vitamina A) nos linfócitos T e determinar a sua função no intestino durante os primeiros anos de vida”, informou.

Para a investigadora Manuela Ferreira, “existe grande urgência em compreender melhor o funcionamento do intestino e a relação que se estabelece entre o sistema imunitário e os alimentos ingeridos”.

O novo projeto pretende vir a “facilitar o desenvolvimento de novas estratégias preventivas, possíveis alvos terapêuticos e ainda tratamentos eficazes contra as infeções gastrointestinais”.

Já para o projeto coordenado pela investigadora do Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento da Universidade de Coimbra Ira Milosevic foram alocados 495 mil euros.

Intitulado “Rumo a uma melhor compreensão da disfunção da sinapse”, o projeto vai estudar como é que os neurónios deixam de comunicar corretamente uns com os outros e como isso pode estar na base da neurodegeneração que ocorre no envelhecimento e em doenças neurodegenerativas.

Pretende estudar “com detalhe a comunicação entre neurónios, na sinapse, com especial foco nos endossomas”, contribuindo assim para “se conhecer melhor os processos que ocorrem na sinapse, que são relevantes no envelhecimento do cérebro e com impacto nas doenças neurodegenerativas”.

“Pode vir a resultar no desenvolvimento de abordagens terapêuticas inovadoras”, evidenciou a investigadora.

A vice-reitora da Universidade de Coimbra para a Investigação, Cláudia Cavadas, considerou que estes dois projetos “constituem mais uma demonstração da elevada qualidade e relevância da investigação fundamental na área das neurociências, envelhecimento e ciências biomédicas desenvolvida na Universidade de Coimbra”.

“Vem ainda reforçar a área estratégica da saúde”, concluiu.

LUSA/HN

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