“Prevemos que com a criação da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde [SNS] se instale a confusão de competências atribuídas a outras estruturas, como é o caso da Administração Central do Sistema de Saúde”, sustentou o deputado comunista João Dias (na imagem), num vídeo divulgado aos órgãos de comunicação social.
O PCP tem “fundadas razões” para acreditar que esta organização, que vai entrar em funções em 01 de outubro, vai ser “mais um instrumento de agravamento da situação já difícil do acesso da população aos cuidados de saúde”.
João Dias acrescentou que o partido tem “muitas reservas” em relação à criação da direção executiva, argumentando que “não vem resolver os problemas” existentes no SNS, nomeadamente a “necessidade de valorizar os seus profissionais, com carreiras e salários justos”.
“Preocupa-nos que enquanto as unidades de saúde e os nossos hospitais continuam a ser estrangulados pelo Ministério das Finanças, que não lhes dá autonomia suficiente para contratar os profissionais e fazer os investimentos necessários, esta Direção Executiva tem toda a autonomia para contratar com os privados os cuidados que deveriam ser prestados dentro do SNS”, completou o membro do Comité Central do PCP.
O médico Fernando Araújo, presidente do Centro Hospitalar Universitário de São João desde abril de 2019, vai ser o diretor-executivo do SNS, anunciou hoje o ministro da Saúde.
A escolha de Fernando Araújo foi oficialmente confirmada por Manuel Pizarro em conferência de imprensa, em Lisboa, depois do nome do médico ter sido amplamente apontado como titular do cargo.
A direção executiva do SNS vai coordenar toda a resposta assistencial do SNS, assegurando o seu funcionamento em rede, e passa a gerir também a rede nacional de cuidados continuados integrados e da rede de cuidados paliativos, até agora da responsabilidade das administrações regionais de saúde.
NR/HN/LUSA
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