Novo alvo terapêutico poderia avaliar o progresso da doença de Alzheimer

25 de Setembro 2022

Um novo estudo conduzido pela cientista da Universidade de Málafa (UMA) Inés Moreno, em colaboração com a Universidade do Texas, identificou uma potencial terapia não invasiva que poderia verificar o progresso da doença de Alzheimer, "a principal forma de demência na população idosa".

A investigadora da Universidade de Málaga conseguiu reduzir a quantidade de proteínas tóxicas no cérebro – cujo agregado é a principal causa de morte neuronal na doença de Alzheimer – num modelo pré-clínico.

Equilíbrio
Estas proteínas também estão presentes no sangue, e de acordo com este especialista da UMA estão em equilíbrio com o cérebro – se aumentam no cérebro, aumentam no sangue, e vice-versa. Com base nestes resultados, Moreno propõe a remoção destes agregados tóxicos como alvo para a terapia da doença de Alzheimer. O artigo foi publicado pela revista científica Molecular Psychiatry.

“Remover as proteínas tóxicas do cérebro é o objetivo da maioria das terapias atuais para a doença de Alzheimer”, explica a investigadora do grupo da UMA “NeuroAD”.

Actuar a nível circulatório
A inovação desta investigação é que propõe a redução destas toxinas do sangue, uma vez que elas também estão presentes na corrente sanguínea. “Verificámos que se removermos toxinas do sangue, elas drenam novamente do cérebro para o sangue em busca do equilíbrio, melhorando os sinais clínicos e a patologia da doença”, diz Moreno.

A cientista salienta que hoje em dia a análise de amostras de sangue já é utilizada, em alguns casos, para o diagnóstico da doença como uma alternativa à neuroimagem. No entanto, até agora nunca foi utilizada para o fim comprovado neste artigo. Consequentemente, esta nova utilização “abre a porta a potenciais estratégias terapêuticas não invasivas a serem implementadas a nível circulatório”.

Desta forma, os resultados comprovados em modelos animais demonstraram que este tratamento melhoraria a memória e a capacidade de aprendizagem, e corrigia deficiências cognitivas, sendo capaz, não só de remover proteínas tóxicas, mas também de modificar fatores-chave no desenvolvimento de Alzheimer.

Próximo passo: modelo clínico
A Universidade do Texas, onde Inés Moreno é professora associada, continuará com este estudo a nível clínico, procurando determinar os mecanismos moleculares envolvidos nesta melhoria da doença e, também, se o tratamento funcionaria em pacientes através de, por exemplo, diálise ou mesmo transfusões em pacientes com demência.

Veja o vídeo AQUI

NR/HN/Alphagalileo

 

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