“Em setembro de 2022 aguardavam em LIC [lista de espera cirúrgica] um total de 10.073 utentes, o que corresponde a um decréscimo de 0,4% (menos 38 utentes), face ao mês anterior”, lê-se no boletim informativo mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores, consultado pela agência Lusa e disponível na página da internet da Direção Regional da Saúde.
No mesmo período, em 2021, estavam em lista de espera cirúrgica 11.456 utentes, mais 1.383 do que em setembro de 2022.
A redução face a agosto surge depois de dois meses consecutivos de subidas mensais do número de utentes em espera (0,2% em julho e 0,7% em agosto).
O Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, o maior da região, era o que concentrava mais doentes em lista de espera para cirurgia (6.555), no final de setembro, mas foi o que registou a maior descida face a agosto (1,1%) e face ao período homólogo (18,7%).
O Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira (HSEIT) foi o único a registar um aumento da lista de espera, para 2.433 utentes (mais 1,8% do que no mês anterior e mais 6,4% do que em setembro de 2021).
Já no Hospital da Horta (HH) estavam inscritos para cirurgia 1.085 doentes, o que representou um decréscimo de 0,6%, em comparação com agosto, e de 1,9%, em relação ao período homólogo.
Além do número de utentes em lista de espera para cirurgia (um utente pode estar inscrito para mais do que uma cirurgia), o boletim informativo mensal da Unidade Central de Gestão de Inscritos para Cirurgia dos Açores contabiliza também o número de cirurgias previstas.
Assim, quanto ao número de propostas cirúrgicas em lista de espera no mês de setembro, também diminuiu nos três hospitais face a agosto para 11.293 (0,6%).
O HDES, com 7.300 propostas em lista de espera, registou uma redução de 1,4%, e o HH (1.147) de 1,1%, enquanto o hospital da ilha Terceira aumentou a lista (2.846) em 1,8%.
Segundo o relatório, o tempo médio de espera por uma cirurgia nos Açores, no final de setembro, era de 417 dias (cerca de um ano e dois meses), o que representou uma redução de 12 dias.
Apenas o hospital de Ponta Delgada contribuiu para essa redução, tendo diminuído o seu tempo médio de espera (464) em 21 dias.
O Hospital da Horta aumentou o tempo médio de espera para uma cirurgia em 10 dias, para 276, e o HSEIT aumentou em cinco dias, para 354.
Nenhuma das unidades de saúde apresentou um tempo médio de espera abaixo dos tempos máximos de resposta garantidos (TMRG) regulamentados, que preveem que uma cirurgia com prioridade normal seja realizada no máximo em 270 dias.
Apenas metade das cirurgias realizadas nos Açores em setembro (49,5%) ocorreu dentro do tempo máximo de resposta garantida, uma redução de 9,9 pontos percentuais face ao mês anterior (59,4%).
Todos os hospitais reduziram a percentagem de cirurgias realizadas dentro do TMRG, com o HH a apresentar o valor mais elevado (78,7%), seguindo-se o HSEIT (65%) e o HDES (34,1%).
A produção cirúrgica no Serviço Regional de Saúde dos Açores registou um aumento de 31,3% no mês de setembro, tendo sido realizadas 802 cirurgias, mais 191 do que em agosto.
O acréscimo ocorreu em todos os hospitais, tendo sido mais acentuado, em termos percentuais, no hospital da ilha Terceira, que contabilizou 203 cirurgias (50,4%), seguindo-se o HDES, com 463 cirurgias (35,8%) e o HH, que realizou 136 operações, mais uma do que no mês anterior (0,7%).
Também as propostas cirúrgicas entradas registaram um crescimento (15,6%) em setembro, num total de 1.044 no arquipélago.
O hospital de Ponta Delgada, com 569 propostas entradas, verificou o maior aumento (32,9%), seguindo-se o HSEIT, com 313 (4,7%).
Já o Hospital da Horta registou 162 propostas entradas, menos 8% do que no mês anterior.
O número de cancelamentos de cirurgias aumentou 75,1%, em setembro, passando de 197 para 345.
No hospital da ilha Terceira, os cancelamentos (61) duplicaram (103,3%) face ao mês anterior.
O HDES registou 235 cancelamentos, mais 76,7%, e o HH 49 cancelamentos, mais 44,1%.
LUSA/HN
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