O país asiático mantém uma estratégia de tolerância zero ao novo coronavírus, que inclui o bloqueio de bairros ou cidades inteiras e o isolamento de todos os casos positivo e contactos diretos em instalações designadas pelas autoridades.
Esta semana, mensagens difundidas nas redes sociais evocaram a morte de uma adolescente de 14 anos, privada de cuidados de saúde, enquanto cumpria quarentena em Ruzhou, no centro da China.
Vídeos no Douyin, o nome da plataforma de vídeo TikTok na China, mostram uma adolescente deitada num beliche a ter um ataque de epilepsia, enquanto as pessoas ao lado dela gritavam por socorro.
O caso motivou críticas nas redes sociais do país, num momento politicamente sensível, quando se realiza o 20º Congresso do Partido Comunista Chinês, em Pequim.
A imprensa oficial permaneceu silenciosa e, para evitar qualquer fonte de instabilidade, os censores apagaram quase todos os vestígios do incidente da Internet chinesa, na tarde de hoje. O tema ‘#MiúdadeRuzhou’, que chegou a somar 255.000 visualizações, desapareceu completamente do Weibo, o equivalente ao Twitter na China.
“As lições de Xangai foram esquecidas”, questionou um internauta em referência ao bloqueio de dois meses da maior cidade da China, que ficou marcado pela escassez de alimentos e bens de primeira necessidade e falta de acesso a cuidados de saúde.
O incidente ocorreu um mês depois de 27 pessoas terem morrido na China, num acidente de trânsito, quando estavam a ser transportadas para um centro de quarentena, na província de Guizhou.
LUSA/HN
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