O projeto “Estudo do papel neuronal sobre a interação entre as células NK e o mieloma múltiplo (NeuriMM)”, liderado pela investigadora Cristina João venceu a 4.ª edição da Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo.
O prémio, no valor de 20 mil euros, permitirá, durante um ano, desvendar, numa primeira fase, “a arquitetura e distribuição das fibras neuronais na medula óssea (MO) dos doentes com mieloma múltiplo (MM)” e, numa segunda fase, “determinar a proliferação de células MM e os resultados de sobrevivência após modulação de células com neurotransmissores e neuropeptídeos presentes no microambiente da MO, utilizando ensaios avançados in vitro”.
Cristina João sublinha que “estas abordagens trarão novos conhecimentos sobre como a inervação neuronal muda nos doentes com MM e como estes sinais controlam a progressão da doença, tanto direta como indiretamente através das células imunitárias, abrindo caminho para a conceção de novas estratégias terapêuticas para o MM”
Do mesmo modo, Maria Gomes da Silva, vice-presidente da SPH refere que “as evidências sugerem que as interações neurónio-MM e neurónio-NK controlam o desenvolvimento e a progressão do MM. No entanto, falta uma compreensão detalhada destes circuitos periféricos, o que dificulta o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas. Como tal, este estudo pode ser decisivo nessa compreensão e com futura aplicação no tratamento do MM.”
“Os resultados deste estudo poderão ser uma importante peça do puzzle que falta para compreender melhor o comportamento do MM. Aguardamos com todo o interesse os seus resultados, sabendo desde já que a equipa da Fundação Champalimaud irá trabalhar com todo o profissionalismo e paixão neste projeto de investigação”, sublinha Manuel Abecasis, presidente da APCL.
A Bolsa de Investigação em Mieloma Múltiplo tem como objetivo promover e premiar projetos de investigação nacional que contribuam para o progresso do conhecimento científico e estado da arte numa doença hemato-oncológica rara, sem cura até ao momento.
O Mieloma Múltiplo é a segunda neoplasia hematológica mais frequente com cerca de 539 novos casos por ano. Esta patologia tem uma grande incidência a partir dos 50 anos e apresenta sintomas muito inespecíficos, que são desvalorizados ou confundidos com outras doenças mais comuns.
PR/HN/Vaishaly Camões
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