Saúde que Conta quer conhecer a realidade dos cuidadores informais em Portugal

5 de Novembro 2022

Na data em que se assinala o Dia Nacional do Cuidador Informal, o projeto “Saúde que Conta” da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa revela o tema da próxima edição: “Literacia em Saúde e Qualidade de Vida dos Cuidadores Informais – a realidade portuguesa”.

O trabalho de investigação deste projeto já arrancou e os resultados serão apresentados publicamente em abril de 2023.

Apesar de se estimarem cerca de 827 mil pessoas que prestam cuidados, frequentemente não remunerados, a alguém com uma doença ou necessidade prolongada de saúde em Portugal (dados Eurocarers), a informação sobre este grupo da população é escassa. A 8.ª edição do “Saúde que Conta” pretende contribuir para o conhecimento nesta área, através da análise do nível de literacia dos cuidadores informais no país e implementação de estratégias que possam contribuir para uma eficaz capacitação destas pessoas.

Criado em 2011, o “Saúde que Conta” é uma iniciativa de investigação nacional que tem como intuito contribuir para o debate público através da análise do papel do cidadão na gestão da sua própria saúde e bem-estar, assim como sensibilizar a comunidade para a importância da literacia em saúde. A sua principal missão centra-se na promoção do debate e na consensualização para a importância da literacia em saúde, assim como na implementação de estratégias que possam contribuir para uma eficaz capacitação do cidadão.

O projeto assenta na análise e promoção da literacia em saúde a nível nacional, pretendendo investigar os níveis de literacia e criar estratégias para que o cidadão possa adquirir as competências e conhecimentos adequados para tomar decisões inteligentes para si e para a comunidade.

Ana Escoval, coordenadora da equipa de investigação do “Saúde que Conta”, comentou: “a edição deste ano revela-se de uma enorme importância, uma vez que estamos a falar de uma população essencial na nossa sociedade: os cuidadores informais são muitas vezes os principais e únicos responsáveis pelos cuidados de pessoas com doença ou algum tipo de dependência. Assegurar que têm acesso a informação de qualidade e proporcionar níveis adequados de edução para a saúde, bem como sobre cuidados a prestar, para que possam desempenhar as suas funções com a máxima eficácia e segurança deve ser uma prioridade.”

A sensibilização da comunidade para este tema é também uma das premissas do “Saúde que Conta”. Ana Rita Pedro, investigadora ENSP-NOVA, considera que “é igualmente fundamental conhecermos a realidade dos cuidadores informais do nosso país: como vivem, em que condições, quem são as pessoas cuidadas, as repercussões físicas e emocionais associadas a esta função, para que possamos ter um retrato verdadeiro de como é ser cuidador informal em Portugal”.

O “Saúde que Conta” é uma iniciativa da responsabilidade científica da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), da Universidade Nova de Lisboa, com o apoio da Lilly Portugal. Para além da equipa de investigação, o projeto reúne um conjunto de especialistas de diversas áreas, como a medicina, educação, jornalismo, sociologia, psicologia, instituições governamentais e sociedade civil.

PR/HN/RA

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