As autoridades indonésias identificaram a presença em alguns produtos de etilenoglicol (EG) e dietilenoglicol (DEG), substâncias tóxicas que supostamente causaram problemas renais e foram fatais em 195 crianças este ano, especialmente desde agosto.
Hoje, a agência de alimentos e medicamentos da Indonésia (BPOM) anunciou a suspensão das licenças de duas empresas locais, a PT Samco Farma e a PT Ciubros Pharma, depois de encontrar “evidências suficientes” de contaminação nos seus produtos e de determinar que o nível de matérias-primas solventes nos medicamentos excedia o “limite de segurança”.
A agência “determinou assim a retirada de circulação dos xaropes medicinais em toda a Indonésia e a destruição de todos os lotes de produtos contaminados por EG e DEG que ultrapassem o limite de segurança”, explicou a diretora da instituição, Penny Lukito.
As autoridades do país asiático já tinham retirado os xaropes do mercado e suspendido a licença de outras duas empresas farmacêuticas, a PT Yarindo Farmatama e a PT Universal Pharmaceutical Industries, acusadas de manipulação dos ingredientes e outras irregularidades.
Penny Lukito acrescentou que desde o início das investigações dos casos de doença renal em crianças, em outubro passado, o BPOM lançou uma série de “controlos intensivos” para rastrear toda a linha de produção do xarope, a fim de detetar as causas da doença, bem como possíveis irregularidades no seu fabrico.
“O canal de distribuição é muito longo, desde o importador, passando por vários distribuidores e grossistas de produtos químicos, até matérias-primas especiais para a indústria farmacêutica”, disse Lukito.
A Indonésia lançou uma investigação aos casos de insuficiência renal infantil após um alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) no mês passado pela morte de mais de 60 crianças também devido a insuficiência renal na Gâmbia.
Suspeita-se que uma solução oral e três xaropes para tosse e constipações contaminados com EG e DEG que foram fabricados pelo laboratório indiano Maiden Pharmaceuticals estejam por trás das mortes na Gâmbia, mas são produtos que não estão registados na Indonésia, desconhecendo-se, até ao momento, se há alguma ligação entre os dois casos.
LUSA/HN
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