Primeiro Laboratório de Cidades Relacionais do país lançado sexta-feira em Gaia

16 de Novembro 2022

O concelho de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, vai acolher o primeiro Laboratório de Cidades Relacionais do país, um projeto que visa aproximar pessoas e instituições, promovendo a resiliência, explicou esta quarta-feira um responsável.

O Laboratório de Cidades Relacionais vai instalar-se na Casa dos Ferradores, em Gaia, e parte de um protocolo que é assinado quinta-feira entre a empresa municipal Gaiurb e o Instituto Padre António Vieira (IPAV).

“O que se pretende é construir um modelo que mostre como conseguimos nas nossas cidades melhores relações para mais capital social e mais resiliência”, disse Rui Marques do IPAV.

Em declarações à agência Lusa, o responsável partiu do exemplo da pandemia da Covid-19 para explicar a importância do estudo das relações na construção das cidades, sejam relações entre pessoas, entre organizações, entre pessoas e organizações, ou de pessoas com o espaço, quer com o espaço público quer com o edificado.

“Os impactos da pandemia na saúde mental e no bem-estar são muito graves e evidentes. Isto tem uma correlação fortíssima com os défices relacionais que aconteceram durante a pandemia com o isolamento e afastamento social, uso da máscara e o outro como ameaça. Percebemos de forma muito clara que precisamos de cidades mais resilientes e mais coesas com maior capital social, com maiores relações de confiança e de cuidado mútuo. Isso joga-se na qualidade das relações”, desenvolveu.

Rui Marques descreveu o laboratório como “um projeto-piloto, experimental e pioneiro em Portugal” que terá Vila Nova de Gaia como ponto de partida, mas “a ambição de crescer no âmbito nacional e internacional”.

Em causa está um modelo já aplicado em Inglaterra, França ou Estados Unidos.

“Como é que uma cidade pode ter melhor qualidade relacional?” ou “Como é que construímos mais capital social através de melhores relações?” – são algumas das perguntas que este laboratório pretende discutir e esclarecer.

De forma mais simplificada, a este laboratório caberá dar dicas a quem o consultar para que as relações entre os vários agentes melhorem, logo se gere melhor qualidade de vida.

“Isto é um grande desafio porque é certo neste mundo de ambiguidade, de complexidade e de incerteza, vamos continuar a ter problemas como tivemos com a pandemia. O impacto de eventos que são disruptivos vão continuar a existir, portanto temos de conseguir ter cidades mais resilientes. Precisamos de maior confiança e maior proximidade”, descreveu Rui Marques.

Segundo o responsável, a Gaiurb vai emprestar o conhecimento sobre o ambiente urbano, enquanto o IPAV a experiência no desenvolvimento de políticas colaborativas e integradas.

Neste laboratório vão colaborar arquitetos, urbanistas e pessoas ligadas à mobilidade e ao planeamento, com especialistas em sociologia e psicologia, entre outras áreas.

Para janeiro está a ser preparado um seminário internacional sobre “O que é uma cidade relacional?”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Cerca de 44 mil pessoas pessoas morreram em 2023 vítimas do VIH/sida em Moçambique

“Não queremos dizer que estamos satisfeitos com 44 mil mortes. Esses números preocupam-nos, principalmente os de pessoas que estão a morrer em resultado de não estarem a fazer tratamento e, se estão, não o fazem corretamente”, disse o secretário executivo do Conselho Nacional do Combate à Sida, Francisco Mbofana, em conferência de imprensa, antecipando o dia mundial da luta contra VIH/Sida, que se assinala anualmente em 01 de dezembro.

Ana Escoval: “Boas práticas e inovação lideram transformação do SNS”

Em entrevista exclusiva ao Healthnews, Ana Escoval, da Direção da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, destaca o papel do 10º Congresso Internacional dos Hospitais e do Prémio de Boas Práticas em Saúde na transformação do SNS. O evento promove a partilha de práticas inovadoras, abordando desafios como a gestão de talento, cooperação público-privada e sustentabilidade no setor da saúde.

Fundador da Joaquim Chaves Saúde morre aos 94 anos

O farmacêutico Joaquim Chaves, fundador da Joaquim Chaves Saúde, morreu hoje aos 94 anos, anunciou o grupo, afirmando que foi “referência incontornável na área da saúde” em Portugal.

MAIS LIDAS

Share This