No Centro de Saúde da Baixa da Banheira, no concelho da Moita, a precipitação intensa levou ao encerramento da unidade, segundo a comissão de utentes local, tendo sido necessárias vistorias para assegurar a retoma da atividade que ainda está condicionada.
Segundo José Manuel Fernandes, da Comissão de Utentes da Baixa da Banheira, durante a tarde de quarta-feira foram reabertos os serviços do piso térreo e quinta-feira o 1º e 2º pisos, estando prevista a abertura do 3º piso na próxima segunda-feira.
Já no que respeita ao 4.º andar do edifício, onde afirma ter chovido como se fosse na rua, ficará por enquanto inoperacional.
Em declarações à agência Lusa, José Manuel Fernandes adiantou que o edifício do centro de saúde da Baixa da Banheira funciona há algum tempo em condições precárias, que pioram por falta de manutenção, considerando por isso urgente a construção de um novo espaço.
A construção de um novo centro de saúde na Baixa da Banheira foi iniciada em 2020, mas, face ao não cumprimento das obrigações por parte da empresa responsável, a autarquia tomou posse administrativa da obra em agosto passado, o que implica o lançamento de novo concurso para a sua conclusão.
No concelho do Seixal, a Unidade de Saúde Familiar da Amora ficou, na terça-feira, com gabinetes e salas de espera alagadas devido às fortes chuvas que caíram na zona.
A Lusa constatou no local que em várias zonas da unidade de saúde a contenção da água que entrou pelo teto é feita com caixotes do lixo, além de cartão espalhado pelo chão para evitar que os utentes escorreguem.
A unidade, que se situa no piso intermédio de um edifício, tem também gabinetes de enfermagem inutilizados devido à entrada de água.
José Lourenço, da comissão de utentes de saúde do Seixal, disse à agência Lusa que o temporal que assolou a Área Metropolitana de Lisboa e os concelhos do distrito de Setúbal “veio pôr a nu as fragilidades já existentes ao nível das infraestruturas de saúde”.
“Tudo isto é consequência da falta de investimento dos sucessivos governos na manutenção e requalificação dos edifícios e na construção de novas unidades tão necessárias para estas populações”, disse.
José Lourenço alertou que só neste concelho existem 40 mil utentes sem médico de família, o que evidencia a necessidade de novas infraestruturas e equipas médicas e de enfermagem, lembrando ainda “a já prevista há anos, mas ainda não concretizada, construção do hospital”.
O porta-voz da comissão de utentes do Seixal destacou ainda a importância da existência de infraestruturas com condições adequadas para a fixação de profissionais de saúde.
“É por isto que os concursos ficam com vagas por preencher, porque as pessoas sabem que vão ter de trabalhar em ambiente quase de guerra”, frisou.
A Proteção Civil registou mais de 7.950 ocorrências em território nacional, das quais 4.841 inundações, e 88 desalojados desde a semana passada, quando começou o quadro de instabilidade meteorológica.
Os distritos mais afetados foram Lisboa, com 4.281 ocorrências, Setúbal (849), Santarém (461), Coimbra (343) e Portalegre (307).
LUSA/HN
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