As mutilações aconteceram na localidade de Kismayu, refere a organização, sem adiantar mais detalhes.
A condenação – recorda a Europa Press – surge depois de a Fundação Ifrah, que luta por erradicar a mutilação genital feminina na Somália, onde atua desde 2013, e no Corno de África, ter denunciado, na quarta-feira, que pelo menos 29 meninas tinham sido mutiladas no campo de deslocados internos situado a 25 quilómetros de Kismayu.
“Todas as vítimas eram demasiado jovens para o consentimento informado” sobre uma prática que “lhes provocou uma grave hemorragia”, lamentou o representante do Fundo das Nações Unidas para a População na Somália, Niyi Ojuolape.
Condenando “vivamente o sucedido”, a agência alerta para que a seca e a crise humanitária na Somália fazem aumentar “o risco das meninas somalis em consequência desta prática”, que é prevalecente em praticamente todo o país.
Niyi Ojuolape apelou ao governo somali “para que tome todas as medidas necessárias para garantir que os responsáveis por este incidente assumam a responsabilidade em dissuadir outros e proteger os direitos das mulheres e das meninas”.
A mutilação genital feminina – que consiste na retirada total ou parcial de partes genitais, com consequências físicas, psicológicas e sexuais graves, podendo até causar a morte – ainda é uma prática comum em três dezenas de países, sobretudo africanos, estimando-se que ponha em risco três milhões de meninas e jovens todos os anos e que cerca de 200 milhões de mulheres e meninas tenham já sido submetidas à prática.
A Somália é um dos cerca de 30 países que, no mundo inteiro, ainda mantêm a prática da MGF, com uma elevada taxa de prevalência e a ausência de uma lei que proíba uma prática ancestralmente enraizada nas comunidades.
Portugal tem um sistema de sinalização de mulheres afetadas pela MGF residentes em território nacional desde 2014, estimando-se que vivam em território nacional 6.500 mulheres excisadas, na maioria originárias da Guiné-Bissau.
NR/HN/LUSA
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