Na noite de 07 de dezembro, o distrito de Lisboa estava sob aviso meteorológico laranja (o segundo mais elevado) para precipitação forte e trovoada, mas a forma intensa como a chuva caiu fez o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) elevar o aviso no concelho de Lisboa para vermelho, o mais grave.
Na capital, em três horas, a precipitação correspondeu a 10% do que chove num ano, segundo o IPMA. As situações piores ocorreram no Campo Grande, Campo Pequeno e Alcântara. Em Oeiras, foi Algés a zona mais afetada e onde se registou a vítima mortal, uma mulher de 75 anos que não saiu a tempo de casa, numa cave inundada.
Também Amadora, Loures, Setúbal e Almada foram fortemente atingidos com inundações, pessoas retiradas de casas e de carros, deslizamentos de terras, quedas de muros e de árvores, estradas cortadas e enxurradas, arrastando carros e pedras.
Segundo as autoridades, mais de uma centena de pessoas tiveram que sair temporariamente das suas casas.
Seis dias depois, quando se começava a recuperar dos estragos, as chuvas e as inundações voltaram a atingir os distritos de Lisboa e Setúbal, mas também Portalegre, Évora e Santarém, entre outras zonas. Várias estações meteorológicas registaram, de acordo com o IPMA, os valores de precipitação mais elevados deste século ou mesmo em comparação com os anos 70 e 80.
O cenário repetiu-se. O distrito de Lisboa, onde dezenas de estradas foram cortadas e os transportes públicos ficaram fortemente condicionados, voltou a concentrar a maioria das ocorrências e as autoridades apelaram para que se evitasse entrar na capital.
No distrito de Portalegre, sofreram também graves prejuízos, inclusive com estradas colapsadas e pontes submersas, os concelhos de Avis, Elvas, Arronches, Sousel, Fronteira, Monforte e Campo Maior.
Neste último, segundo o município, algumas habitações ficaram inundadas “quase até ao teto”. O Largo da Alagoa transformou-se num ‘mar’ de água barrenta quase a chegar às varandas, com automóveis praticamente submersos.
Entre os dias 07 e 15, a Proteção Civil contabilizou 88 desalojados. O Governo visitou alguns locais afetados e pediu um levantamento dos danos até final do ano para agilizar mecanismos de apoio.
Algumas autarquias já adiantaram estimativas dos prejuízos: Loures, por exemplo, indicou mais de 20 milhões de euros e Oeiras 12 milhões.
LUSA/HN
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