De acordo com os investigadores, melhorar a capacidade de perceção visual de pessoas com autismo é muitas vezes um desafio, que geralmente requer uma preparação longa e fastidiosa, juntamente com desafios adicionais que caracterizam o autismo, como a capacidade de aplicar conhecimentos a novas situações.
O novo método proposto pelos investigadores baseia-se na utilização de “flashes de memória”: expor o indivíduo à tarefa aprendida por apenas alguns segundos. Em comparação com a prática de ensino padrão, assente na repetição prolongada de tarefas, o novo método parece melhorar as capacidades de perceção visual e facilitar a generalização de aprendizagens.
O estudo, publicado na revista Current Biology, foi conduzido pela estudante de doutoramento Shira Klorfeld-Auslender e pelo Professor Nitzan Censor, da Universidade de Tel Aviv, em colaboração com o Prof. Ilan Dinstein e a sua equipa da Universidade Ben-Gurion.
“(…) os métodos de ensino padrão ainda defendem uma abordagem em que a prática mais longa equivale a melhor aprendizagem: se quiser tocar piano, deve praticar por muitas horas todos os dias”, disse Censor. E acrescentou: “Identificámos um mecanismo de aprendizagem alternativo que usa ‘flashes de memória’ – uma breve exposição a uma tarefa que já foi aprendida – para assimilar e generalizar a habilidade desenvolvida.”
No estudo, a equipa de investigação analisou 30 adultos com autismo solicitados a aprender uma tarefa visual. No entanto, em vez de repetirem a tarefa por muito tempo a cada dia, os participantes aprenderam a tarefa em profundidade no primeiro dia e foram expostos ao estímulo visual por apenas alguns segundos nos dias seguintes.
No final do processo, o desempenho melhorou significativamente, em cerca de 20 a 25%.
Além disso, perante tarefas em novos contextos, os participantes que aprenderam o novo método tiveram melhor desempenho. Ou seja, souberam generalizar os conhecimentos aprendidos na primeira tarefa.
Pode ler o estudo aqui.
AlphaGalileo/HN/RA
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