“Dentro de três ou quatro anos isso está tudo feito, não antes. As 40 equipas estarão formadas e o resto do país estará reorganizado. Acho que não é ser demasiado otimista prever uma coisa dessas”, afirmou Miguel Xavier na audição no grupo de trabalho de saúde mental da Comissão parlamentar de Saúde.
Segundo adiantou, a prestação de cuidados na área da saúde mental tem de ser feita de uma forma multidisciplinar por equipas compostas por psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais.
Miguel Xavier avançou que o desenvolvimento das equipas comunitárias já está a ser feito através do “aumento do número de pessoas”, na sequência da inscrição no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) da constituição de 40 dessas equipas, algumas já criadas.
“É muita gente, são 300 pessoas de novo a trabalhar na saúde mental” e que estão a ser distribuídas pelas cinco regiões de saúde de Portugal continental – Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, avançou o diretor nacional.
Destas 40 equipas, 20 destinam-se a trabalhar com adultos e as restantes 20 com crianças e adolescentes, que vão ser também distribuídas de acordo como os “sítios que estão mais privados de pessoal”, adiantou.
De acordo com Miguel Xavier, além das equipas previstas no PRR, e para evitar que o país tivesse um “sistema dúplice” na prestação de cuidados de saúde mental, foi necessário “transformar os recursos que já existem, reorganiza-los, no sentido de assumirem a forma de equipas comunitárias”.
“É isso que está a começar a ser feito este ano”, também através de formação para estas novas equipas, adiantou Miguel Xavier aos deputados.
A reforma da saúde mental que o Governo quer concluir até final de 2026 recorre a 88 milhões de euros para investimentos nesta área, disponíveis no âmbito do PRR.
Entre as medidas previstas consta, na área dos cuidados hospitalares, a construção quatro novas unidades de internamento em hospitais gerais e a eliminação dos internamentos de doentes agudos em hospitais psiquiátricos.
LUSA/HN
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