Esta decisão insere-se numa estratégia de longo prazo, segundo os talibãs, para responder às necessidades desta faixa da população, num país onde entre 2,5 e 3,5 milhões de pessoas são toxicodependentes, segundo um relatório publicado em 2015 pelas anteriores autoridades afegãs, depostas pelos extremistas no verão de 2021.
A medida foi anunciada pelo vice-ministro de Combate aos Narcóticos, Habibullah Ahmadi, e foi confirmada por um porta-voz dos talibãs, Mohammed Naeem, na rede social Twitter.
O combate às drogas foi uma das primeiras medidas sociais adotadas pelos talibãs, que regressaram ao poder em agosto de 2021.
O líder dos talibãs, Hibatullah Akhundzada, decretou em março do ano passado a proibição do cultivo de papoila, bem como a extração de ópio desta planta, além da proibição do consumo de álcool e de substâncias narcóticas em todo o país.
Muitos toxicodependentes têm acusado os talibãs de recorrerem à violência nos tratamentos de desintoxicação, que estavam a decorrer nas prisões após o encerramento dos centros de cuidados especializados por falta de ajuda internacional.
Médicos afegãos, ouvidos pela Rádio Azadi, denunciaram que estes toxicodependentes detidos não têm acesso a medicamentos, num processo que qualificam como uma “desintoxicação forçada” e com implicações graves para a saúde destas pessoas.
“O toxicodependente é simplesmente hospitalizado como prisioneiro. (…) Sem a medicação necessária e sem o aconselhamento necessário que lhe permita reduzir a permanência na prisão”, segundo denunciou um médico, identificado como Hamed Elmi, citado pelas agências internacionais.
LUSA/HN
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