O livro “O G da Questão”, da autoria da jornalista Lourdes Fortes e da antropóloga Celeste Fortes, coloca em papel o programa radiofónico com o mesmo nome, que há um ano começou a explorar o universo feminino.
“A ideia surgiu porque achámos que seria interessante passar estas conversas para o papel, para as pessoas poderem acompanhá-las também em livro e, por outro lado, há alguns sítios onde o programa não chega. E é interessante chegar a partir de outros percursos”, explicou à Lusa Celeste Fortes.
O livro, que é editado pela Rádio Morabeza, está disponível em formato papel e online, e só na primeira semana de lançamento foi descarregado mais de mil vezes e tem uma tiragem inicial de 400 exemplares esgotada, levando as autoras a reconhecer o retorno “super positivo” das pessoas que já ouviram o programa e das que têm o seu primeiro contacto através do livro.
“As pessoas enviam-nos mensagens a dizer que ainda bem que passamos o programa a livro, porque agora conseguem ler o programa. Achámos que o serviço público que estamos a fazer é importante estar em livro, para ir a escolas e instituições que abordam questões de género, para circular”, frisou a antropóloga.
O livro trata a maternidade, sexualidade, sobre o corpo, sexo e outras realidades normalmente fora da esfera pública e que as autoras abordaram em 40 episódios do programa.
Uma realidade que orienta a segunda temporada do programa de rádio, a emitir a partir de 07 de março, onde as autoras irão aprofundar temas tratados anteriormente.
“Queremos aprofundar alguns temas e trazer outros, porque ‘O G da Questão’ é um programa de profundidade e queremos abordar temas conforme sugestões que vamos recebendo das pessoas. Teremos este local de fala e também queremos inovar noutros temas que são abordados de forma leve e escamoteados”, assegurou Lourdes Fortes, para quem a negligência em tratar determinados temas na esfera pública gera outros problemas sociais, como “abusos sexuais ou violência baseada no género”.
Nesta nova temporada do programa, as apresentadoras querem trazer homens para a conversa, visto que na primeira série nenhum aceitou participar.
“Pedimos aos homens que aceitem o convite para vir ao programa, porque o programa não é só para mulheres, apesar de ser sobre o universo feminino. Nos 40 programas não tivemos um só homem porque não aceitaram convite e temos alguns temas, como orgasmo feminino, que gostaríamos de tratar com a perspetiva também de um homem”, observou a jornalista.
A ‘parceria’ entre as duas profissionais cabo-verdianas levou à emissão do programa inédito “O G da Questão” pela Rádio Morabeza, às terças-feiras, desde 15 de fevereiro de 2022, em 40 episódios para levar ao público assuntos do universo feminino que não são abordados em espaços públicos e ainda tidos como tabu entre as mulheres cabo-verdianas.
Sexo na gravidez, questões de libido na maternidade ou sexo na terceira idade são alguns dos temas obrigatórios, com a ideia de que “a rádio cumpre com este papel de desmistificar” estes assuntos, levando à sociedade as diferentes visões de quem estuda e trabalha estas matérias.
LUSA/HN
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