Em comunicado, o STEPH aponta um caso de uma ocorrência em Faro, que envolvia uma tentativa de suicídio e para a qual o Instituto Nacional de Emergência Médica “não conseguiu encontrar uma ambulância disponível para enviar para o local” com a prontidão necessária.
“Para um caso com este grau de prioridade, efetivo risco de vida, apenas foi enviada para o local uma Viatura Médica de Emergência e Reanimação passadas uma hora e quarenta e cinco minutos da chamada inicial”, refere o sindicato, indicando que o óbito acabou por ser declarado no local.
O STEPH lembra que estes casos ocorreram no dia em que foi ouvido na Comissão Parlamentar de Saúde, onde entre outras matérias falou da falta de meios, manifestando preocupação com o facto de em abril haver já um elevado número de ambulâncias encerradas por falta de profissionais, situação que diz normalmente acontecer apenas no período do verão.
Na nota de hoje, o sindicato diz que os casos que lhe foram reportados na quarta-feira são de “elevadíssima gravidade” e aponta a “ineficiência de um serviço que o INEM devia garantir aos cidadãos”, falando mesmo em “eventual negligencia grave na assistência de emergência médica”.
Diz ainda que encaminhará as denúncias para as autoridades competentes, incluindo o ministro da Saúde.
Segundo disse à Lusa o presidente do STEPH, Rui Lázaro, entre as denúncias recebidas está um caso em Olhão, onde uma mulher de 60 anos, com suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC), esperou mais de duas horas e meia pelo envio de uma ambulância.
Apontou igualmente outros casos, como o de um homem de 74 anos, em Tavira, com suspeita de AVC, que esperou 52 minutos para que fosse encontrada uma ambulância disponível para o socorrer.
Entre as denúncias recebidas, todas referentes ao dia de quarta-feira, estão igualmente os casos de um homem de 63 anos, do Seixal, com queixas de falta de ar e que esperou 54 minutos pelo envio de uma ambulância e de uma outra, de 60 anos , com suspeita de hipoglicémia, que esperou em Olhão mais de uma hora para que fosse encontrada uma ambulância disponível para ser enviada e posteriormente a socorrer.
“Infelizmente a preocupação que manifestamos aos deputados do elevado número de ambulâncias encerradas, bem como das suas consequências, num período tão precoce do ano civil, materializou-se num trágico desfecho, o que lamentamos profundamente”, refere a nota divulgada pelo STEPH.
Na audição de quarta-feira, o presidente do sindicato disse haver este mês “um elevado número de ambulâncias fechadas por falta de técnicos”, acrescentando que, mesmo sem a greve às horas extraordinárias (que começou esta semana), a previsão para abril era de “muitas [ambulâncias] com mais de 50% de horários por preencher”.
Segundo explicou, no ano passado esta situação verificou-se apenas por altura do verão (junho, julho, agosto e setembro), acrescentando: “Se em abril o cenário é este, daqui a dois ou três meses vamos estar muito pior”.
O responsável lembrou também que no próximo mês há dois eventos que exigem mais recursos e, em agosto, as Jornadas Mundiais da Juventude, manifestando-se preocupado com o socorro à população.
LUSA/HN
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