“Não negamos que existem dificuldades precisamente com a capacidade de profissionais na área da ginecologia e obstetrícia, mas não é porque nós não queiramos contratar. Nós contratamos todos e mais alguns que possamos”, assegurou Margarida Tavares, numa interpelação ao Governo requerida pelo grupo parlamentar do BE sobre o SNS.
Segundo disse a governante, o “problema” na contratação destes especialistas para os hospitais públicos reside na “concorrência com os privados que é desigual”.
“Se os privados tiverem de responder às mesmas exigências do que uma maternidade pública, eu queria ver como é que as coisas se passavam”, salientou Margarida Tavares, ao assegurar ainda aos deputados que “não há nenhum encerramento” de serviços do SNS.
“Concentrar e alternar locais de trabalho não significa encerrar. É uma boa política e que garante a continuidade dos cuidados”, garantiu a secretária de Estado.
Sobre a falta de médicos de família em Portugal, que atinge mais de 1,7 milhões de utentes, Margarida Tavares adiantou que “gostaria de facto que todos os portugueses” tivessem atribuído um desses especialistas, mas considerou que o país enfrenta um “problema multifatorial” nesta matéria.
“Nós estamos a enfrentar e vamos enfrentar por mais dois anos dificuldades grandes em termos do número de reformas” de médicos de família, reconheceu a secretária de Estado, apesar de considerar que o SNS apresenta atualmente uma boa capacidade de reter estes especialistas.
No debate sobre o SNS, Margarida Tavares reiterou ainda que a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que vai decorrer no início de agosto, vai “trazer a Portugal jovens saudáveis a maior parte deles”.
“Não devemos dramatizar. Estamos preparados e em prontidão”, referiu Margarida Tavares, que disse não estar à espera de “necessidades importantes para o SNS” devido à JMJ, que “continua a sua vida”, apesar do evento de grandes dimensões previstos para Lisboa.
NR/HN/Lusa
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