Desenhado para uma abordagem “Uma Só Saúde”, o Boletim de Saúde Pública de Cabo Verde (BSP-CV) vai ser transversal, com informações sobre a saúde humana, a saúde animal, a saúde ambiental e de todos os determinantes do setor.
“Os boletins de saúde pública são ferramentas importantes para disseminação de informações epidemiológicas cientificamente comprovadas para a população”, frisou a presidente do INSP, Maria da Luz Lima, indicando que, além da população em geral, o público-alvo serão os decisores políticos, jornalistas, universidades e qualquer interessado.
O documento é lançado numa altura em que o país se prepara para obter o certificado de eliminação do paludismo e após os efeitos da pandemia da covid-19, com a presidente a sublinhar que está alinhado com os desafios e outros projetos do país, como o controlo das doenças infecciosas e das doenças crónicas não transmissíveis e a eliminação dos fatores de risco para a população.
Trata-se de uma publicação com periodicidade semestral, em formato online e de acesso aberto, em português, e Maria da Luz Lima disse que a ideia é fazer a sua tradução para outras línguas, a começar pelo inglês.
“Para ter um acesso mais global, para que as pessoas que estão fora do país e que não têm o domínio da língua portuguesa, que pretendem vir para Cabo Verde e queiram saber o que é que se está a passar em termos epidemiológicos, possam consultar e também ter essas informações”, explicou a mesma fonte.
A dirigente disse que a publicação vai ajudar na tomada de decisões e contribuir para a segurança sanitária não só de Cabo Verde, mas a nível global.
“O boletim de saúde pública, como tem um rigor científico, vai criar alguma expectativa na comunidade científica internacional, mas também uma confiança de que em Cabo Verde se faz investigação de qualidade, se faz uma vigilância adequada de doenças infecciosas, e isso também ajuda a atrair os turistas”, salientou
Na primeira edição, o destaque é a investigação ao provável surto de shigelose, uma forma de disenteria, na ilha do Sal, de que uma avaliação de risco feita pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) detetou 258 casos, que as autoridades cabo-verdianas não confirmaram, mas recomendaram mais higiene.
O boletim foi produzido pela Comissão Multissetorial da Instância Nacional de Coordenação, em parceria com agências e organizações internacionais, e foi editado e publicado pelo Instituto Nacional de Saúde Pública (INSP).
LUSA/HN
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