Manuel Pizarro reconhece atrasos na contratação de vacinas

28 de Junho 2023

O ministro da Saúde reconheceu esta quarta-feira que houve atrasos na contratação de vacinas que obrigaram a uma gestão “mais prudente” dos ‘stocks’ nos centros de saúde, mas afirmou que já está garantido o normal abastecimento.

A declaração de Manuel Pizarro, feita hoje na Comissão Parlamentar de Saúde, foi contrariada pelo deputado do PSD Pedro Melo Lopes, que acusou o ministro de mentir, dizendo que tentou vacinar o filho num centro de saúde e não havia vacina do tétano.

“É mentira”, afirmou Pedro Melo Lopes, num momento de maior tensão nesta audição do titular da pasta da Saúde, que levou o presidente da comissão a intervir, pedindo ao deputado para não falar fora da sua vez, e o próprio ministro a reagir, afirmando: “Nada no debate político autoriza a falta de educação”.

Questionado pelos deputados, Manuel Pizarro rejeitou o esvaziamento de funções da Direção Geral da Saúde (DGS), sublinhando que o processo de vacinação sazonal, que decorria em paralelo com a vacinação para a covid-19 fora dos centros de saúde, “vai ser de novo internalizado” na DGS.

Sobre a substituição de Graça Freitas à frente da DGS, Pizarro insistiu que a diretora-geral da Saúde se mantém “em plenitude de funções” e que se achou mais acertado lançar inicialmente o concurso para diretor-geral da saúde – uma vez que a responsável disse não estar disponível para se manter no cargo – e, depois da seleção da próxima liderança, organizar a restante equipa.

Reconheceu que “foi inesperada” a demissão do então sub-diretor-geral Rui Portugal, que assumia, em substituição, o cargo de Graça Freitas, explicando que essa situação obrigou à nomeação de um sub-diretor-geral (André Peralta).

Contudo, insistiu que Graça Freitas “não fugiu”, que se mantém em funções e que a DGS está tranquila “como sempre esteve, com os seus 172 profissionais”.

“A não ser que ache que alguém chamado Rui é mais qualificado do que alguém chamado André”, respondeu Pizarro, dirigindo-se à deputada da Iniciativa Liberal (IL) Joana Cordeiro.

Questionado pela mesma deputada sobre as demissões no serviço de Obstetrícia do Hospital Santa Maria, Manuel Pizarro disse acompanhar o caso “com preocupação”, mas sublinhou que está numa posição de aguardar “que as partes se entendam”, reconhecendo que parte do conflito está relacionada com a reestruturação do bloco de partos.

Sobre o encerramento este verão do bloco de partos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e a consequente concentração de serviços no São Francisco Xavier, Pizarro lembrou que o edifício materno infantil do Hospital São Francisco Xavier está sobredimensionado para a procura que tem, mas reconheceu: “Somando o volume de partos [desta unidade e de Santa Maria], cerca de 4.500, não é suficiente”.

“É um volume que não acontece todos os dias, mas, por isso mesmo, contratualizamos com os privados, para o caso de haver necessidade, na região de Lisboa”.

LUSA/HN

0 Comments

Submit a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

ÚLTIMAS

Mónica Nave: “É muito importante conhecer as histórias familiares de doença oncológica”

No âmbito do Dia Mundial do Cancro do Ovário, a especialista em Oncologia, Mónica Nave, falou ao HealthNews sobre a gravidade da doença e a importância de conhecer histórias familiares de doença oncológica. Em entrevista, a médica abordou ainda alguns dos principais sintomas. De acordo com os dados da GLOBOCAN 2022, em Portugal foram diagnosticados 682 novos casos de cancro do ovário em 2022. No mesmo ano foi responsável por 472 mortes, colocando-o como o oitavo cancro mais mortal no sexo feminino.

MAIS LIDAS

Share This
Verified by MonsterInsights