A ideia envolve o Instituto Politécnico de Bragança (IPB), a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste e a Fundação Champalimaud, a instituição portuguesa, sem fins lucrativos, que se dedicada à investigação e prática clínica no campo da medicina.
Os três parceiros tiveram hoje uma reunião de trabalho em Bragança, em que decidiram avançar com o projeto ´TM.HealthConnect`, “que pretende juntar profissionais de saúde, investigadores e lideranças regionais na área da saúde para discutir e explorar uma agenda regional de investigação e qualificação em saúde”.
O propósito deste trabalho conjunto é “o desenvolvimento de tecnologias digitais para melhoria das condições de saúde e qualidade de vida em contextos de baixa densidade demográfica e população envelhecida”, como é o caso da região de Bragança.
“Estamos a preparar uma agenda de colaboração conjunta, que esperemos se materialize já na constituição de uma unidade de investigação que envolva as três instituições e, conjuntamente, possamos construir aqui uma unidade de investigação de referência na área das tecnologias de saúde, que seja útil à nossa região numa perspetiva internacional”, explicou o presidente do IPB, Orlando Rodrigues.
A partir desta unidade, os parceiros propõem-se “construir uma agenda de qualificação de profissionais de saúde e, eventualmente, no futuro desenvolver doutoramentos na área das tecnologias da saúde de forma conjunta”.
Este trabalho conjunto visa desenvolver tecnologias de saúde “adaptadas sempre à região e procurando gerar avanços científicos”.
“Nós temos tido desenvolvimentos muito significativos na área digital, a ciência dá-nos inteligência artificial e queremos aproveitar esse potencial para desenvolver um projeto de qualificação e investigação na área das tecnologias de saúde envolvendo estas três instituições”, referiu o presidente do politécnico.
A ambição de outro parceiro, a ULS do Nordeste, é criar um Centro Académico Clínico, em Bragança, como apontou a diretora clínica, Eugénia Madureira, porém trata-se de “uma figura que não tem financiamento associado”.
Por essa razão, o presidente do IPB explicou que o passo inicial passará pela criação de um centro de investigação que “eventualmente poderá evoluir para um Centro Académico Clínico e para projetos conjuntos de qualificação avançada e de investigação”.
A criação do centro de investigação implica um processo de preparação, de submissão de candidaturas, segue-se uma avaliação, que decorrerá durante o próximo ano, pelo que a expectativa é “no final de 2024” ter este processo concretizado.
Por parte da Fundação Champalimaud “há toda a disponibilidade” para este projeto, como disse António Coutinho, do conselho de curadores daquela instituição, que lançou o desafio de fazer deste projeto “uma faculdade de medicina alargada, que tenha tudo junto”.
Não se trata de formar médicos a partir da base, como clarificou o gestor de ciência e consultor da administração da fundação, José Mário Leite, mas “a partir de enfermeiros, biólogos” e outros agentes da saúde criar “o melhor dos cursos de medicina, o melhor dos doutoramentos”.
Um exemplo do que pode vir a ser desenvolvido por este novo projeto está já em curso na ULS do Nordeste com um programa de realidade virtual ainda em fase experimental, que simula ações do quotidiano, aplicado ao tratamento e acompanhamento de doentes da área de saúde mental.
LUSA/HN
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