Sandra Marques, enfermeira chefe do Serviço de Urgência e responsável pelo PEE do HDS, disse esta quinta-feira à Lusa que, nas últimas semanas, têm sido realizadas várias reuniões e formações, tendo em conta que este hospital se insere numa região que vai receber milhares de peregrinos e é atravessada pela principal autoestrada do país.
“Apesar de o plano já existir e de já ter sido feita formação aos profissionais, [a realização da JMJ] tornou-se uma preocupação, pelo número de jovens peregrinos que vamos receber no distrito e na área de abrangência do hospital, pelo que achámos pertinente fazer formação aos profissionais na área da triagem em catástrofe e do PEE”, afirmou.
Apontando os dados mais recentes para a chegada de mais de 8.000 peregrinos à área de abrangência do HDS, 4.188 dos quais serão alojados no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), em Santarém, Sandra Marques salientou que o facto de estar a ser instalado um posto médico naquele espaço, onde serão resolvidas as situações agudas e não urgentes, deixa todos mais “tranquilos”.
Para a enfermeira chefe das Urgências do HDS, também os utentes do hospital podem estar tranquilos, pois a capacidade de resposta será mantida.
Segundo Sandra Marques, foi possível “reforçar um pouco” as equipas do serviço de urgência com enfermeiros e assistentes operacionais, o que já não aconteceu com os médicos, mas, frisou, caso ocorra uma catástrofe, é ativado um plano que permite que sejam convocados profissionais que não estão no serviço.
“Se acontecesse um evento com muitas vítimas, teríamos de recorrer a este plano e chamaríamos pessoas que não estão de prevenção, mas que viriam dar essa resposta e, normalmente, os profissionais, em situações que envolvem multivítimas, são sempre muito disponíveis e muito preocupados e dão a sua colaboração”, salientou.
O PEE define o circuito das vítimas, a acessibilidade, a segurança, a vigilância, os vários gabinetes que têm de existir em momentos de exceção, como o gabinete de comunicação social ou o de acolhimento a familiares, tendo, ainda, um catálogo de recursos humanos (com todos os profissionais e os seus contactos) e outro de recursos materiais, adiantou.
“Foi feito um catálogo de todos os recursos e equipamentos que existem a nível do hospital para, se tivermos de abrir e expandir áreas, possamos ir buscar o material e saibamos onde ele está”, disse.
Estão, também, definidas as plantas de todos os circuitos e está estruturada e organizada toda a resposta hospitalar.
Além das reuniões com todos os responsáveis das várias áreas do hospital, para relembrar alguns aspetos do plano ou atualizações que foi necessário fazer, até devido às obras, a equipa reuniu-se, também, com as várias entidades envolvidas na preparação da JMJ para “uma resposta conjunta mais eficaz e mais eficiente, se, eventualmente, houvesse uma situação de crise e uma situação multivítimas”, afirmou.
O contacto com a PSP, a GNR, o Agrupamento de Centros de Saúde da Lezíria e a equipa coordenadora da JMJ no CNEMA acabou por ser “enriquecedor” para a abordagem e a atuação do HDS, acrescentou.
Sandra Marques afirmou que a forma como a equipa da JMJ organizou a receção de jovens no CNEMA, disponibilizando, nomeadamente, uma estrutura com a presença de médicos e enfermeiros 24 horas/dia, tranquilizou quanto à afluência ao HDS, sendo a principal preocupação a eventualidade de algum acidente rodoviário, dado o significativo tráfego esperado, sobretudo de autocarros, na Autoestrada do Norte.
“Vai haver muita circulação Norte/Sul. Daí a nossa necessidade de abordar a temática da catástrofe, no sentido de dar uma maior resposta e cumprir o objetivo major da medicina em catástrofe, que é salvar o maior número de vítimas possível”, disse.
A JMJ 2023, que contará com a presença do papa Francisco, vai realizar-se de 01 a 06 de agosto em Lisboa, sendo Santarém uma das três dioceses, além de Lisboa e de Setúbal, de acolhimento de peregrinos.
O Papa chega a Lisboa no dia 02 de agosto, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no dia 05 para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.
Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a jornada nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso de um encontro com jovens em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.
LUSA/HN
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