Em declarações à agência Lusa, o provedor, José Figueiredo, confirmou estarem por pagar “parte do subsídio de férias e parte do vencimento”, situação que espera ter resolvida até ao final deste mês, se a banca adiantar uma verba pedida enquanto não chegam os 500 mil euros atribuídos pelo Fundo de Socorro Social, que o responsável tem a expectativa de ser recebida “a partir de setembro”.
“Já pedi adiantamento à banca desse subsídio de 500 mil euros que vamos receber do Fundo de Socorro Social. Espero que até ao final do mês eu consiga saldar as contas”, sublinhou.
A estrutura sindical acusou a instituição de “gozar com quem trabalha” e de deixar os trabalhadores “sem salário e desesperados”.
Na mesma nota, enviada à agência Lusa, o sindicato informou que nos últimos meses os pagamentos aos trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Belmonte, no distrito de Castelo Branco, têm sido feitos “de forma irregular” e fora do prazo legal.
A organização sindical acrescentou que o mês de junho foi pago atrasado e hoje foi depositado apenas 30% do salário relativo a julho.
De acordo com o sindicato, foi pedida a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), “que de forma célere se deslocou ao local, desenvolveu a sua ação e está a acompanhar esta situação”.
José Figueiredo justifica as dificuldades, além da herança de “um passivo enorme do passado”, com “as crises no setor”, relacionadas com a pandemia e depois a guerra e os aumentos do custo da energia.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Belmonte mencionou ainda os valores baixos das reformas e a discrepância entre as comparticipações pagas pela Segurança Social por utente e o custo unitário por pessoa, a rondar os 1.400 euros.
O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas alertou para as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores e afirmou ter a informação de que “nas últimas semanas, e pela falta de pessoal, estão a exigir que as trabalhadoras do turno da noite façam higienes e levantem os idosos a partir das 05:30 da manhã”, frisou a estrutura sindical.
Segundo José Figueiredo, a instituição “não tem falta de pessoal” e vai “equacionar despedimentos”.
“Há pessoas com contratos temporários que temos de emagrecer, porque estamos acima dos rácios que a lei estabelece”, acentuou o provedor, à agência Lusa.
LUSA/HN
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