A candidatura à Ordem dos Enfermeiros de Mário André Macedo, Enfermeiros Unidos, apresentou no dia 31, o seu manifesto. Com propostas orientadas para mudança positiva na enfermagem em Portugal, o documento aponta que a classe está estagnada e que os enfermeiros enfrentam cada vez mais obstáculos para o exercício autónomo e pleno das suas competências profissionais.
“Quem paga esta inércia, falta de estratégia e de vontade de mudança? Todos, sem exceção!”, pode ler-se no manifesto, onde é delineado um plano para unir e fortalecer os profissionais de enfermagem. Segundo os Enfermeiros Unidos, estes profissionais vivem o adiamento constante das suas aspirações laborais e sociais. E, como tal, “é preciso uma Ordem que promova um contrato social entre os enfermeiros e a sociedade!”, ressalva o documento.
Com um posicionamento estratégico orientado para um novo paradigma nos cuidados de saúde, o manifesto destaca o potencial humano e as competências técnico-científicas, éticas e relacionais únicas dos enfermeiros e evidencia que as equipas de saúde poderiam beneficiar destas competências para a gestão estratégica e clínica dos cuidados de saúde.
E, no sentido de promover estas competências, uma das propostas apresentadas é exatamente a modificação do acesso da formação pré-graduada em enfermagem para o nível de mestrado integrado (2º ciclo), equiparando o acesso à profissão a outras profissões.
O manifesto enfatiza ainda que os enfermeiros são o maior grupo profissional do setor saúde, mas enfrentam dificuldades acrescidas para influenciar as políticas do mesmo, quer operacionais, quer estratégicas. “Somos um grupo sistematicamente afastado de contribuir com a sua perspetiva. Não há mudança positiva sem ultrapassar este desafio. Não podemos continuar à margem das decisões e temos de dar evidência aos ganhos e resultados em saúde que a intervenção dos enfermeiros traz ao cidadão e à sociedade”, afirma Mário André Macedo.
Desta forma é “fundamental promover a participação ativa dos enfermeiros na definição das políticas de saúde, aspeto fundamental para uma mudança significativa na enfermagem e nos cuidados de saúde no país”, pode ler-se no documento onde é destacada a necessidade de “uma Ordem dos Enfermeiros que promova e facilite o diálogo entre todas as partes envolvidas na saúde, garantindo uma abordagem inclusiva e dando voz àqueles que geralmente não são ouvidos”.
O manifesto, e as suas propostas, pode ser consultado na íntegra no site dos Enfermeiros Unidos, em www.enfermeirosunidos.pt ou nas redes sociais.
Sobre o candidato a bastonário
Mário André Macedo nasceu em Lisboa, tem 39 anos, é casado e tem dois filhos. É enfermeiro especialista em Saúde Infantil e Pediátrica, com mestrado em Saúde Pública e pós-graduação em Gestão e Inovação em Saúde. Encontra-se a terminar o curso de especialização em Administração Hospitalar.
Atualmente, trabalha na Urgência Pediátrica do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca, em Lisboa, onde também coordena a Unidade de Epidemiologia e Saúde Pública hospitalar. Durante a sua carreira, foi premiado em várias ocasiões pelos seus trabalhos e comunicações científicas.
Enquanto deputado municipal, promoveu a entrada do Seixal no programa internacional de combate ao VIH e a criação de um programa de 400 mil euros para o combate à fome entre as crianças vulneráveis no concelho. Foi dirigente sindical entre 2015 e 2019.
Escreve regularmente na imprensa sobre saúde, enfermagem e ambiente: Público, Healthnews, Novo, Setenta e Quatro. Em 22 julho de 2023, Mário Macedo anunciou a sua candidatura a bastonário da Ordem dos Enfermeiros.
Sobre os Enfermeiros Unidos
O Movimento Enfermeiros Unidos nasceu no início de 2023 com o intuito de reunir profissionais da enfermagem orientados para ideais de mudança e reconhecimento da profissão em Portugal. O movimento pretende estreitar a relação dos enfermeiros com a sociedade civil e propor soluções para melhorar a qualidade de vida destes profissionais.
PR/HN
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