Greve dos médicos com 89% de adesão nas consultas hospitalares e 95% nos centros saúde

13 de Setembro 2023

A adesão à greve dos médicos na região de Lisboa e Vale do Tejo varia entre 89% nas consultas hospitalares, 90% nos blocos operatórios e 95% nos centros de saúde, segundo o sindicato que convocou a paralisação.

Os dados foram fornecidos pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM) num ponto de situação sobre a greve, que decorre hoje e quinta-feira, feito pelas 12:30.

Como exemplo, o SIM aponta o Hospital Beatriz Ângelo (Loures), onde a adesão à greve é de 80% na cirurgia e 100% em endocrinologia, reumatologia e oftalmologia. Na medicina interna os números chegam aos 90%.

No Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Loures, em Odivelas a adesão chega aos 90%, com algumas unidades paralisadas a 100%.

O SIM dá ainda como exemplo o ACES Arrábida, com 90% de adesão. Neste ACES, a adesão foi total na Unidade de Saúde Familiar (USF) Castelo.

No Hospital São Francisco Xavier, tanto a anestesia como os blocos operatórios tiveram 100% de adesão.

Outros dos exemplos dados pelo SIM são o hospital de Setúbal (100% no bloco operatório) e o Garcia de Orta (90% no bloco operatório e 95% nas consultas).

No hospital do Barreiro, o SIM aponta para uma adesão de 100% nos blocos operatórios e 85% nas consultas.

No Instituto Português de Oncologia a adesão foi total na patologia clínica e na anatomia patológica, enquanto nas consultas não urgentes chegou aos 75% e na radiologia aos 90%.

O SIM sublinha ainda que os serviços mínimos, “muito alargados nas cirurgias e tratamentos oncológicos”, foram cumpridos.

A greve de hoje e quinta-feira é a primeira de duas greves regionais convocadas pelo SIM para a região de Lisboa e Vale do Tejo. A próxima está agendada para 27 e 28 de setembro.

Em declarações à Lusa ao início da manhã de hoje, o secretário-geral do SIM recordou que na última reunião de negociação, na terça-feira, o Governo “não ultrapassou a proposta de 3,1% de aumento salarial”, sublinhado que “nos últimos 10 anos houve uma perda salarial de 22%”.

“Os impostos que nós pagamos obrigariam a que o Governo fizesse esse investimento do SNS, o que não esta a acontecer”, afirmou o responsável, sublinhando: “Em função do que tem sido a resposta do Governo em relação às questões que colocamos, esperamos uma muito expressiva adesão”.

Na terça-feira, o SIM anunciou um novo prolongamento, até 22 de outubro, da greve dos médicos às horas extraordinárias, que começou a 24 de julho e terminaria no dia 22 de setembro.

Questionado pela Lusa sobre a possibilidade de o SIM concertar formas de luta com a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) – que na terça-feira anunciou uma nova greve para 17 e 18 de outubro, Roque da Cunha respondeu: “Temos estado em mesas conjuntas e na segunda-feira fizemos uma proposta para uma cimeira conjunta com a Fnam. Essa proposta já teve resposta, mas ainda não há data marcada”.

LUSA/HN

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