Atacar a população civil é um crime contra o direito internacional, contra os valores morais e contra a humanidade. O ataque do Hamas deste sábado, incluiu o rapto, mutilação e o assassinato de civis desarmados, desde crianças a idosos. Instalações de saúde não foram poupadas, com relatos confirmados de ataques e sequestros a profissionais de saúde.
Estes ataques constituem uma violação flagrante dos direitos humanos e devem ser condenados de forma inequívoca.
É preciso não esquecer os 17 anos de cerco que Gaza sofre. Mais de 2 milhões de habitantes, segundo a ONU metade são menores, muitos deles refugiados ou filhos de refugiados. Um jovem nascido em 2006, já passou pelas seguintes principais guerras, segundo a terminologia israelita:
- Operação Chuva de Verão (junho 2006)
- Operação Nuvens de Outono (outubro a novembro 2006)
- Operação Inverno Quente (fevereiro a março 2008)
- Operação Chumbo Fundido (dezembro 2008-janeiro 2009)
- Operação Eco em Curso (março 2012)
- Operação Pilar de Nuvem (novembro 2012)
- Operação Margem de Proteção (julho a agosto 2014)
- Operação Cinturão Negro (novembro 2019)
- Operação Madrugada (agosto 2022)
- Operação Escudo e Seta (maio 2023)
Quando as fações não violentas se organizam para protestar contra o cerco, como na Marcha do Grande Retorno de 2019, o exército israelita respondeu com excessiva violência e brutalidade que causou duas centenas de mortes. Quando protestos pacíficos são respondidos com esta dose de violência, torna-se difícil mobilizar a população para ação política.
O Hamas oprime os palestinianos, o seu objetivo não passa por nenhuma libertação da Palestina. Pelo contrário, o seu projeto envolve a utilização da violência não só contra civis israelitas, como contra o seu próprio povo. As suas ações têm de ser totalmente repudiadas. Também deve ser denunciada a dinâmica que alimenta ambos os extremos desta triste história. O governo israelita precisa do Hamas, e o Hamas precisa do governo israelita. A violência é adubo para ambos.
Os palestinianos e os israelitas merecem um futuro com esperança. Devíamos ter mais vozes a pedir e a trabalhar para a paz. Não podemos deixar que mais uma geração cresça em constante guerra e destruição. Precisamos de quebrar o ciclo de dor e violência.
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