Estudo revela que 80% das pessoas que sofrem de infertilidade já precisaram de apoio psicológico

6 de Novembro 2023

A Fertility Europe, organização europeia que representa as associações nacionais de pacientes na área da (in)fertilidade, alerta que quase 80% das pessoas que sofrem desta doença já sentiram que precisavam de ajuda psicológica ao longo do seu percurso de infertilidade.

Esta é a grande conclusão de um estudo publicado hoje que recolheu mais de 2.500 respostas em vários países da Europa, incluindo Portugal. A Associação Portuguesa de Fertilidade (APFertilidade) há muito que exige mais medidas de apoio para estas pessoas.

“Passar por um processo de infertilidade, em que o resultado esperado não chega após a primeira tentativa, fragiliza a força física e emocional de quem passa por esta jornada”, explica a presidente da APFertilidade, Cláudia Vieira. “É de uma importância enorme que este caminho não seja feito de forma solitária e que, além da partilha de sentimentos entre o casal, um ou ambos tenham um dos apoios essenciais para que cada passo seja dado de uma forma cuidada e coordenada por psicólogos especializados”.

Segundo o relatório da Fertility Europe, cerca de 25 milhões de pessoas na União Europeia sofrem de infertilidade. “Tendo em conta a realidade europeia, é preciso disponibilizar mais ajuda psicológica de forma consistente e acessível aos que passam por uma fase tão delicada”, continua Cláudia Vieira.

Também a presidente da Fertility Europe, Klaudija Kordic, deixa claro que “a Europa deve garantir que todas as pessoas que iniciam esta jornada recebam apoio psicológico como parte integrante do tratamento de fertilidade”. Acrescenta ainda que, “à medida que aprendemos mais sobre as interações entre esta doença e a saúde mental, fica claro que o apoio psicológico pode desempenhar um papel crucial na jornada dos pacientes”.

A APFertilidade relembra ainda que dispõe de uma rede de psicólogos sensibilizados e formados para as questões emocionais que rodeiam as mulheres e os homens que querem concretizar o desejo de ter filhos. “Na infertilidade, também se fala de saúde mental e os sentimentos que caracterizam estas pessoas têm um peso que não deve ser ignorado, tal como noutras situações de fragilidade”.

O estudo reuniu mais de 2.500 respostas de pessoas que sofrem com problemas de infertilidade em vários países da Europa. Em Portugal, foram recolhidos mais de 600 testemunhos.

Esta segunda-feira, marca o início da 8.ª Semana Europeia da Fertilidade, que se vai estender até 12 de novembro. A iniciativa é organizada pela Fertility Europe — a organização europeia que representa mais de 30 associações nacionais de pacientes na área da (in)fertilidade, incluindo a Associação Portuguesa de Fertilidade.

Intitulada “Minds Matter: Empowering Infertility Patients with Psychological Support”, a edição deste ano visa aumentar a consciencialização sobre a carga emocional da infertilidade e encorajar conversas abertas, honestas e vulneráveis sobre todos os aspetos do apoio psicológico ao longo da jornada do paciente, nomeadamente a importância de apoio pós-tratamento e luta contra a estigmatização da doença.

Para ampliar os esforços, a Fertility Europe está a organizar uma mesa-redonda no Parlamento Europeu, no dia 7 de novembro, das 14h às 15h30 (hora de Portugal), também acessível virtualmente. Este encontro vai reunir decisores políticos, pacientes com infertilidade, psicólogos e outras partes interessadas para discutir e defender os objetivos da iniciativa.

É possível encontrar mais informações aqui.

PR/NR

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