Carlos Martins presidiu durante seis anos ao Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, que integra os hospitais Santa Maria e Pulido Valente, cargo que deixou em 2019, regressando em 2024 para assumir a liderança da ULS de Santa Maria.
Em declarações à agência Lusa, Carlos Martins disse estar “tranquilo em relação à missão” que lhe foi confiada e que muito o honra.
“Estou motivado porque tenho uma experiência semelhante no meu passado profissional e porque acredito nos profissionais e acredito que vamos conseguir melhorar um conjunto de indicadores e melhorar o desempenho das instituições, ou seja, da parte dos cuidados de saúde primários e da parte hospitalar”, salientou.
Acrescentou encarar “com tranquilidade e motivação” o regresso a uma casa em que foi feliz, onde trabalhou “com uma grande equipa do Hospital Universitário de Santa Maria e do Hospital Pulido Valente”.
Segundo o responsável, é um regresso para dar continuidade ao trabalho realizado desde que saiu, mas com “uma visão e uma estratégia ligeiramente diferente, porque os instrumentos são outros”.
“Desde logo, não vou regressar ao Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, vou regressar a uma nova organização, com um novo modelo funcional, mas como eu costumo dizer um gestor público trabalha com as ferramentas que tem e, portanto, são as ferramentas que tenho para trabalhar e conhecia-as quando as aceitei. Portanto, estou tranquilo também em relação a essa matéria”, declarou.
Para Carlos Martins, a estratégia de articulação de cuidados é algo que conhece, uma vez que foi por este caminho que começou a sua vida de gestor no SNS.
“Foi no século passado, mas tive a felicidade de, na minha primeira experiência como gestor no Serviço Nacional de Saúde, fazer parte de uma então grande reforma do SNS, que foi a descentralização para cinco regiões de saúde”, recordou, contando que foi o primeiro presidente da região de Saúde do Algarve, com a responsabilidade de gerir três hospitais e 16 centros de saúde.
O modelo era diferente das ULS, até porque os hospitais tinham conselhos de administração e os centros de saúde tinham uma coordenadora sub-regional, mas o seu trabalho foi “muito presente” junto dos serviços e dos responsáveis.
Agora, explicou, “é um conselho de administração a gerir um hospital universitário [Santa Maria], um grande hospital, o Pulido Valente, quatro unidades de cuidados de saúde primários e 14 USF [Unidades de Saúde Familiar]”, realçou.
Em termos de funcionários são cerca de 7.000, além de uma responsabilidade direta por cerca de 350.000 cidadãos, elucidou.
“São estes os grandes números, mas acho que vamos conseguir cumprir com sucesso, de forma gradual, os objetivos que estão definidos e conseguir implementar a ULS de Santa Maria”, disse, manifestando confiança “nos excelentes profissionais que agora são desde Mafra até ao Santa Maria, onde ficará a sede da unidade Local de saúde”.
Questionado se a pressão que está a haver sobre o SNS torna este desafio maior, Carlos Martins disse que o período de inverno é “sempre complexo”.
“A par daquilo que faz parte do ciclo anual da vida num hospital, não podemos esquecer os problemas que têm existido em termos de contexto e conjuntura nos últimos meses e isso tem os seus impactos, ou seja, a situação é mais complexa do que normalmente era, mas acho que a tendência é para melhorar”, afirmou Carlos Martins, que irá substituir no Cargo Ana Paula Martins.
No seu entender, é preciso estar preparado para a situação “e procurar melhorar, naquilo que for possível, no curtíssimo prazo e tomar algumas medidas para que a situação normalize para que O próximo inverno seja muito diferente do atual”.
NR/HN/Lusa
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