“Em 2023, tínhamos previsto que isto iria acontecer, porque tivemos um conjunto de decisões comerciais que sabíamos que nos podiam levar a um ano de consolidação da própria organização e não de crescimento de valores de negócios, mas vamos retomar seguramente esse crescimento já no ano de 2024”, assegurou à agência Lusa o presidente do conselho de administração, Miguel Silvestre.
Com cobertura de todo o território nacional, a Plural+Udifar registou em 2023 um volume de negócios de 334 milhões de euros, menos dois milhões de euros do que em 2022.
A distribuidora farmacêutica opera também na região autónoma da Madeira, através de uma parceria com uma empresa de distribuição local instalada junto ao Funchal, e não perdeu a ambição de vir a operar também nos Açores, se isso representar um acréscimo de valor às farmácias açorianas.
“Os Açores têm uma particularidade grande que é o número de ilhas e isso do ponto de vista logístico não tem as mesmas características do que a Região Autónoma da Madeira. Depois, também tem empresas locais, que são empresas que fazem o seu trabalho, empresas competentes, e nós não encontrámos o momento certo ou parceiro certo para evoluirmos”, referiu o presidente da Plural+Udifar.
“Não dizemos que não. Temos essa vontade, que era uma maneira de estarmos em todo o país, mas não daremos esse passo e não faremos esse investimento se efetivamente não fizer sentido para nós e se não formos acrescentar valor às farmácias dos Açores”, reiterou Miguel Silvestre.
A cooperativa de distribuição farmacêutica de Coimbra, a primeira de capital 100% português a operar no país, disputa, de forma “salutar e positiva”, com uma congénere do Norte, a primeira posição do serviço por grosso de medicamentos do mercado nacional.
Nos últimos anos, a empresa sediada em Coimbra investiu cerca de 30 milhões de euros na compra e requalificação das atuais instalações, em funcionamento desde 2017, que foram a antiga fábrica de cerveja Topázio, e na automação do todo o armazém.
Aquele investimento inclui também a aquisição da cooperativa Udifar, em Lisboa, no início de 2021, que permitiu à distribuidora ter uma infraestrutura naquela região, “com enorme potencial e grande capacidade de crescimento”.
As questões da sustentabilidade e da neutralidade carbónica são fatores estratégicos da Plural+Udifar, que, segundo Miguel Silvestre, foi a primeira distribuidora farmacêutica a ter carros 100% elétricos na distribuição, alimentados através dos parques fotovoltaicos das instalações de Coimbra, Lisboa e Covilhã.
“Já conseguimos carregar com a própria energia solar os nossos próprios carros e, portanto, temos entregas e rotas 100% verdes”, sublinhou o administrador, salientando que a cooperativa basicamente já trabalha sem papel, estando totalmente digitalizada.
A distribuidora de medicamentos estabeleceu como meta atingir a neutralidade carbónica em 2040, através da adoção de um conjunto de medidas e de pequenos gestos que fazem a diferença, como a criação de bacias de retenção de água para usar nos sistemas de rega e lavagem de viaturas e a utilização de domótica nos edifícios para gerir com eficiência a iluminação.
“Somos uma empresa vista no setor como pioneira num conjunto de processos e, se calhar, mais adiantada neste processo da transição e sustentabilidade ambiental, que queremos continuar a liderar e a fazer parte desse compromisso setorial”, enfatizou Miguel Silvestre.
A responsabilidade civil faz também parte da matriz da cooperativa, que apoia projetos de reflorestação e de associações e organizações “que fazem algo de diferente pela sociedade e pelos doentes, trabalhando muito na parte social com crianças ou com instituições que olham para crianças mais desfavorecidas”.
A Plural resultou da agregação da cooperativa Farbeira, criada em 1974, com as cooperativas Cofarbe e Farcentro, também da região Centro, em 2006, tendo a mudança para a atual designação ocorrido em 2021, com a aquisição da Udifar, que estava sediada em Lisboa.
A cooperativa, que em novembro completa 50 anos de atividade, emprega atualmente 340 pessoas, funcionando através das plataformas logísticas instaladas em Coimbra, Covilhã, Maia, Cacém e Faro, com uma frota de 100 viaturas afetas à distribuição.
LUSA/HN
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