Cumprindo a visão de uma prevenção combinada, são também oferecidos rastreios gratuitos, anónimos e confidenciais para o VIH, VHB e VHC (hepatites) e sífilis, entre as 10h e as 18h, além da divulgação e distribuição de preservativos internos e externos.
Ricardo Fernandes, diretor executivo do GAT, citado em comunicado de imprensa, explica que assinalar o Dia da Mulher com foco na mulher migrante é uma oportunidade para relembrar que “as mulheres migrantes são ainda desproporcionalmente afetadas em Portugal pelo VIH e infeções sexualmente transmissíveis, além de terem acesso dificultado a métodos de prevenção”.
O Relatório Infeção por VIH em Portugal, publicado anualmente pela Direção-Geral da Saúde, revela que, em 2022, a proporção de diagnósticos em mulheres que referem ter nascido em Portugal é inferior à das que nasceram noutros países, respetivamente 46.3% e 53.7%, sendo que 73.3% dessas mulheres são originárias de países africanos. Situação que não se observa nos homens, em que a maioria dos diagnósticos são de homens nascidos em Portugal.
De acordo com a ONUSIDA, as mulheres constituem uma quantidade desproporcional de pessoas que vivem com VIH em todo o mundo. Em 2022, 4.000 raparigas e mulheres jovens com idades entre os 15 e os 24 anos em todo o mundo contraíram o VIH todas as semanas.
Em referência a esta realidade, Ricardo Fernandes considera que “as mulheres continuam a ter mais dificuldades em aceder aos métodos de prevenção e, em algumas situações, a decidir sobre os métodos de prevenção a usar”, e relembra que “a violência de género é uma realidade que coloca em causa a decisão da mulher sobre os métodos de prevenção a usar”.
“As mulheres continuam a sofrer graves formas de discriminação social, de género e racial, colocando-as altamente vulneráveis ao VIH e infeções sexualmente transmissíveis, principalmente as que são alvo de múltiplas vulnerabilidades”, como acontece com mulheres migrantes de origem africana, mulheres que fazem trabalho sexual e mulheres trans, alerta Ricardo Fernandes.
Para este 8 março, o GAT reivindica “políticas de saúde sexual que sejam desenhadas com mulheres e para as mulheres” para responder à falta de políticas para a mulher na área da saúde sexual e reprodutiva. Ricardo Fernandes apela: “oiçam as mulheres, trabalhem com as mulheres e dirijam os serviços às mulheres”; “tenhamos mulheres a desenhar as políticas de saúde sexual para outras mulheres”.
Para assinalar a data, o GAT e a AHF convidam a comunidade a apoiar o trabalho das mulheres que colocam e divulgam o seu trabalho durante a iniciativa, com Afrobella, Studio Calma Ink, Storm Crafts, Di Barros, Alymor, Ashanti, Iara e Ana Paula Rosa. A animação musical conta com Mafalda Louro e Felicidade Silva, que acompanharão a Feijoada à Brasileira comunitária para assinalar a comunidade lusófona.
PR/HN
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