Beja deixa de ser único distrito do país sem ressonância magnética

20 de Março 2024

Beja deixa de ser esta quarta-feira a única região do país sem ressonância magnética, graças ao equipamento inaugurado no Hospital José Joaquim Fernandes, na capital de distrito, após um investimento de cerca de 1,5 milhões de euros.

A cerimónia de inauguração do novo equipamento, presidida pelo secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, foi realizada ao final da manhã, no Serviço de Imagiologia do hospital, no edifício da Ressonância Magnética.

À margem da inauguração, o governante realçou à agência Lusa a importância da disponibilização deste equipamento no Hospital José Joaquim Fernandes, integrado na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA).

“A região de Beja era a única do país que ainda não tinha este serviço disponível para a população e, portanto, desde logo, vem colmatar uma necessidade que existia neste distrito, que agora fica coberto com esta valência”, assinalou Ricardo Mestre.

Segundo o secretário de Estado, sem ressonância magnética nesta zona, “cerca de 5.000 pessoas, todos os anos, tinham que se deslocar desta região para Lisboa ou para outras regiões do país para fazerem estes exames”.

“Agora, vão poder fazê-los aqui”, destacou, corroborado pelo presidente do conselho de administração da ULSBA, José Carlos Queimado, que disse à Lusa que os utentes do distrito, até agora, “não tinham sequer uma alternativa privada nem convencionada” para fazer este tipo de exames na região.

“Era o único distrito do país que não tinha um equipamento destes, nem no setor público, nem privado e convencionado. Vamos agora conseguir começar a inverter essa situação e, portanto, é um dia muito bom para nós”, congratulou-se o responsável da ULSBA.

José Carlos Queimado explicou que o equipamento, cujo investimento foi comparticipado a 85% pelo Programa Operacional Regional Alentejo 2020, já está em funcionamento, mas, por enquanto, em fase de testes e otimizações.

“Assim que estiver tudo estabilizado”, vai arrancar o agendamento de exames a utentes, disse o presidente da ULSBA, avançando que, “provavelmente”, tal possa “começar na próxima semana”.

“Temos médicos para todo o tipo de exames que vamos fazer e os nossos técnicos receberam formação em ressonância magnética, desde setembro do ano passado no Hospital de S. José, em Lisboa, e, há 15 dias, no hospital de Portalegre, que tem um equipamento semelhante ao nosso”, precisou.

Segundo a ULS do Baixo Alentejo, esta valência era “há muito necessária” e vai proporcionar igualmente “uma diferenciação tecnológica que permitirá à instituição recuperar a idoneidade formativa na especialidade de Imagiologia”, perdida há cerca de 15 anos.

“Era um equipamento que um Serviço de Imagiologia num hospital com o perfil deste devia obrigatoriamente ter e o facto de não o ter tido em devido tempo foi um dos fatores que contribuiu, há cerca de 10 ou 15 anos, para a perda de idoneidade formativa do serviço, que era reconhecido a nível nacional”, argumentou José Carlos Queimado.

O presidente da ULSBA acrescentou que, agora que a ressonância magnética está disponível, “não quer dizer” que o hospital volte a ter “brevemente a idoneidade formativa” nesta área, “porque há outros aspetos a ter em conta, mas este é um ponto-chave para ambicionar que, no médio prazo, o serviço volte a ser reconhecido” e possa voltar a formar médicos desta especialidade.

LUSA/HN

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Estudante do 2º ano do Curso de Especialização em Administração Hospitalar da ENSP NOVA; Vogal do Empreendedorismo e Parcerias da Associação de Estudantes da ENSP NOVA (AEENSP-NOVA); Mestre em Enfermagem Médico-cirúrgica; Enfermeiro especialista em Enfermagem Perioperatória na ULSEDV.

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