Numa conferência de imprensa Jarbas Barbosa, diretor da OPAS, o escritório regional da Organização Mundial da Saúde nas Américas, informou que a região registou de janeiro a março 3,5 milhões de casos de dengue, número três vezes maior do que os casos notificados no mesmo período do ano passado, e também mais de mil mortes.
“Isto é motivo de preocupação porque representa três vezes mais casos notificados do que na mesma data de 2023, um ano recorde com mais de 4,5 milhões de casos”, sublinhou Barbosa.
O ano de 2024 “provavelmente será a pior temporada de dengue já registada na América”, acrescentou.
O vírus da dengue é transmitido às pessoas quando são picadas por mosquitos Aedes aegypti infetados.
Segundo os especialistas da OPAS, o aumento dos casos de dengue está relacionado à alta das temperaturas, a urbanização das cidades, as secas e inundações ligadas às alterações climáticas, o mau saneamento e a falta de sistemas de saúde robustos.
A maioria dos casos da doença em 2024 acontece no hemisfério sul, especialmente no Brasil onde já foram registados 2,3 milhões de casos prováveis de dengue e 830 mortes em 2024, segundo dados do Ministério da Saúde.
Segundo dados coletados pela OPAS o Brasil tem 80% das infeções contabilizadas na região, seguido pelo Paraguai, Argentina, Peru e Colômbia.
No Caribe, mais de 25 mil casos foram notificados, sendo a Guiana Francesa, Martinica, Guadalupe, Porto Rico e República Dominicana os mais afetados, disse Rhonda Sealey-Thomas, diretora assistente da OPAS.
Dada a gravidade da situação, os representantes da OPAS apelaram a todos os países da região para que apoiem os esforços de prevenção e intensifiquem a eliminação dos criadouros, a principal medida usada atualmente para evitar a propagação da dengue, uma vez que as vacinas ainda estão em fase inicial de aplicação e não estão disponíveis em grande quantidade.
Outra iniciativa apontada como essencial é preparar os serviços de saúde públicos e privados para o diagnóstico precoce e o tratamento clínico oportuno dos pacientes com dengue.
Segundo Barbosa, é preciso também redobrar os esforços para informar e educar a população, já que a maior parte dos focos de dengue ocorre nas residências ou no seu entorno para evitar que a doença ganhe força na região.
LUSA/HN
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