O projeto, orçado em quase 1,5 milhões de euros, recebeu parecer favorável da Autoridade Nacional da Aviação Civil em julho do ano passado, revelou à Lusa fonte da Unidade Local de Saúde Gaia Espinho (ULSGE).
“O heliporto será instalado no topo do edifício onde se situa a área de tratamento do doente crítico, o que permite um acesso vertical rápido, através dos elevadores: após pousar, não demorará mais de 20 segundos a chegar à Sala de Emergência ou ao Serviço de Medicina Intensiva”, descreveu a fonte sobre a obra, que arrancou no final de março.
Atualmente, um paciente que tenha de ser helitransportado para o Hospital Santos Silva, em Vila Nova de Gaia, chega à pista do Quartel da Serra do Pilar, junto à ponte Luís I, tendo, depois, de enfrentar os constrangimentos de trânsito para chegar à unidade hospitalar em ambulância.
O heliporto da ULSGE, que poderá operar de noite, está a ser construído no topo de um edifício de cinco andares, onde está instalada a urgência, bem como as unidades de cuidados intensivos e de neurocríticos.
As obras estão a decorrer na cobertura “sem causar constrangimentos nos serviços” instalados no edifício que alberga, por exemplo, a maternidade, garantiu a ULSGE.
Após o final da empreitada, prevista para junho, seguir-se-á um período de testes.
A intenção de construir um heliporto neste centro hospitalar foi descrita à agência Lusa em março de 2022, quando o presidente do conselho de administração, Rui Guimarães, apontou que o projeto já estava validado pela ANAC.
“Esperamos muito rapidamente poder ter autorização para o construir”, afirmou Rui Guimarães à margem da inauguração da Unidade da Mulher e da Criança.
O médico considerou que a localização de Gaia, concelho do distrito do Porto, é “estratégica” porque tem uma área de influência “muito grande” a sul do Douro.
Nessa ocasião, Rui Guimarães comentou que, num levantamento feito pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) sobre os hospitais que tinham de construir heliportos ou requalificá-los, o hospital de Gaia foi tido como prioritário.
Já em novembro do mesmo ano, na cerimónia de inauguração do novo Serviço Farmacêutico deste hospital, o então ministro da Saúde, Manuel Pizarro, disse que as obras para a construção de um heliporto e Gaia teriam início em 2023.
No mesmo mês, na apresentação do Plano e Orçamento para 2023, o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, o socialista Eduardo Vítor Rodrigues, disse estar disponível para pagar a comparticipação nacional para a construção do heliporto, caracterizando a obra de “decisiva para a região”.
Questionada sobre as fontes de financiamento para este projeto, fonte da ULSGE disse hoje que a verba está inscrita no plano de investimentos desta unidade local de saúde, que inclui o centro hospitalar Gaia/Espinho e os Agrupamentos de Centros de Saúde Grande Porto VII (Gaia) e do Grande Porto VIII (Espinho/Gaia).
Este heliporto terá duas rotas de aproximação: uma sudoeste, a sul do Douro, no sentido da Serra da Freita (Arouca), e outra a nordeste, no sentido do Porto.
A área do heliporto ocupará cerca de 1.500 metros quadrados.
LUSA/HN
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