“Com o apoio do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a Região de Saúde do Norte instalou 23 novos Gabinetes de Saúde Oral, passando a ter um total de 92 consultórios”, contudo a maior parte encontram-se fechados por falta de contratação de profissionais, como, por exemplo, “na ULS Santo António (gabinetes em Baguim do Monte e Foz do Sousa), ULS Gaia/Espinho (gabinetes em São Félix da Marinha, Olival e Valadares), ULS Trás-os-Montes e Alto Douro (Sernancelhe, Valpaços, Boticas, Montalegre, Vila Real) e até ULS São João (gabinetes no Covelo e Cerco)”, relata a APOMED-SP.
Por outro lado, há locais em que, “devido à situação contratual precária, os profissionais saíram”, mas “ainda não foi feita nova contratação”. Segundo o comunicado de imprensa enviado esta terça-feira, 16 de abril, ao HealthNews, é o caso de São João da Pesqueira, na ULS Trás-os-Montes e Alto Douro, e Barão do Corvo, na ULS Gaia/Espinho.
“Mais grave ainda é a situação do gabinete de Torres Novas, na ULS Médio Tejo”, alerta a APOMED-SP: equipado há mais de um ano, não tem profissional afeto porque a USF que atua no mesmo edifício utiliza o gabinete para consultas de enfermagem e vacinação.
Elisa Laranjo, médica dentista na Unidade Local de Saúde de Trás-os-Montes e Alto Douro e membro da direção da APOMED-SP, disse ao HealthNews: “De acordo com dados da OCDE, Portugal é o 3.º país em que os cidadãos têm maior dificuldade de acesso a cuidados de saúde oral. Também a OMS alerta que a carga de doença oral, que tem aumentado mundialmente, não é uniformemente distribuída pela população, afetando desproporcionalmente os mais vulneráveis e desprotegidos. Assim, a abertura destes gabinetes reveste-se de especial importância.”
“Esta não contratação de profissionais levanta sérias questões; não só prejudica a população, privando-a do acesso aos cuidados de saúde oral, mas representa também uma falha significativa na gestão dos recursos públicos disponíveis”, escreveu a APOMED-SP. “É fundamental que as autoridades responsáveis atuem com urgência para resolver esta questão, garantindo que os consultórios dentários sejam adequadamente utilizados para o benefício da comunidade”, defende.
“Para além do grave prejuízo para a população, levantam-se questões sobre a gestão do investimento público”, comentou Elisa Laranjo.
HN/Rita Antunes
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