Podologista diz que há peregrinos com défice de informação sobre como tratar dos pés

13 de Maio 2024

A informação sobre a forma de proteger os pés para as grandes peregrinações ainda não chega a todos os que se metem ao caminho para o Santuário de Fátima, segundo a podologista Cláudia Ferreira.

Apesar de, ciclicamente, haver apelos, quer dos serviços do santuário, quer das entidades parceiras que dão apoio aos peregrinos que, de Norte a Sul do país, partem em peregrinação em direção à Cova da Iria, continuam a chegar muitos pés maltratados ao final da jornada.

Cláudia Ferreira, podologista há 20 anos, reconhece que, “apesar dos avisos, os problemas continuam”.

“Todos os anos temos gente nova [em termos de peregrinações] que necessita de mais informação. Principalmente diabéticos, que devem ter cuidados especiais”, diz à agência Lusa, junto ao camião da Associação Portuguesa de Podologia (APP), onde 30 voluntários, entre podologistas e alunos do 2.º e 3.º anos de podologia da Cooperativa de Ensino Superior Politécnico e Universitário (CESPU), prestam assistência aos peregrinos que chegam a Fátima.

Em Fátima, nas proximidades da Basílica da Santíssima Trindade, o posto da APP tem sido procurado, desde há três dias, por centenas de pessoas, algumas visivelmente com dificuldades em caminhar.

“As tradicionais bolhas, inflamações, reações alérgicas ao esforço e ao calor” são os principais problemas com que lidamos mais”, explica Cláudia Ferreira, que faz este serviço de voluntariado como forma de “ajudar o próximo” e “agradecer o trabalho” que não lhe falta na clínica onde exerce a sua especialidade, em Barcelos.

Olhando para a quantidade de pessoas que, na fila, aguardavam vez para subirem ao camião e serem atendidas, a podologista é perentória: “estas pessoas deviam procurar um profissional antes de empreenderem caminho, para receberem conselhos e ver a forma mais adequada de fazerem a sua caminhada”.

“Por outro lado, dois meses antes de cada peregrinação devia haver forte informação, para que as pessoas recebessem as indicações necessárias a este tipo de jornada”, acrescenta, lamentando que, “mesmo nos grupos organizados de peregrinos se nota alguma falta de informação”.

Não obstante os problemas com os pés que afetam muitos peregrinos à chegada a Fátima, a vontade de cumprirem as suas promessas sobrepõe-se a tudo e hoje têm sido milhares os que têm esperado longos minutos na fila de centenas de metros para depositar velas no tocheiro, num movimento ininterrupto.

Desde o início da manhã, o movimento neste local do santuário, junto à Capelinha das Aparições, intensificou-se, com a fila a serpentear até às proximidades da Basílica da Santíssima Trindade.

A oferta de velas – muitas com a altura dos peregrinos – é uma das mais populares ações cumpridas pelos fiéis que se deslocam ao santuário.

Muitos milhares de fiéis estão em Fátima para as cerimónias da peregrinação internacional aniversária de 12 e 13 de outubro, que assinala os 107 anos da primeira aparição de Nossa Senhora aos pastorinhos Jacinta, Lúcia e Francisco.

As cerimónias oficiais da peregrinação têm início às 21:30, com a recitação do rosário e a procissão das velas, seguidas da celebração da Palavra, no altar do recinto, presidida pelo cardeal Juan José Omella.

Após esta cerimónia, tem lugar uma noite de vigília de oração, que antecede a procissão eucarística das 07.00 de segunda-feira, seguida de recitação do rosário e missa internacional, com início às 10:00, terminando com a tradicional procissão do Adeus.

Segundo o Santuário de Fátima, estarão presentes nas cerimónias, além do cardeal espanhol e do Núncio Apostólico em Portugal, Ivo Scapolo, 18 bispos.

LUSA/HN

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