No âmbito da sessão “Os Desafios na Doença Inflamatória do Intestino”, realizada no XXIII Congresso de Nutrição e Alimentação, que decorre hoje em Lisboa, Marília Cravo salientou o papel das terapêuticas biológicas.
A especialista, que moderou o debate, defendeu o acesso em tempo útil a terapêuticas inovadoras. Em declarações ao HealthNews destacou que “cada vez mais vemos que as terapêuticas biológicas estão a ser indicadas a um maior número de doentes.”
De acordo com Marília Cravo, quando estes tratamento surgiram eram “indicados para doentes que não respondiam às terapêuticas convencionais, mas hoje em dia vemos como 50% dos doentes com Colite Ulcerosa são tratados com biológicos.”
“Se o nosso objetivo for mudarmos a história da doença devemos utilizar terapêuticas biológicas”, frisou.
Apesar desta “grande evolução” a nível da medicação, os fármacos biológicos só podem ser prescritos no Serviço Nacional de Saúde, algo que não é visto com bons olhos por parte da vice-presidente da SPG.
“Infelizmente, o acesso aos biológicos nos hospitais privados não é possível. Ao contrário da dermatologia e da reumatologia, este tipo de fármacos não pode ser prescrito numa unidade de saúde privada. Isto não é bom para a saúde dos portugueses. Embora as terapêuticas biológicas possam ser prescritas no SNS, sabemos que muitos doentes têm dificuldades em ter acesso a uma primeira consulta… Portanto, se há doentes que têm seguro e que podem ser seguidos no privado o acesso deveria ser facilitado. Cada vez mais estamos a ver que os utentes se dirigem ao privado”, enfatizou.
A doença inflamatória intestinal abrange a Doença de Crohn e a Colite Ulcerosa. Estas doenças envolvem o tubo digestivo, manifestando-se habitualmente com diarreias crónicas, sangramento nas fezes, dores abdominais, falta de apetite e emagrecimento.
HN/VC
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